Mercado energético

Concluída, união de ativos da BP e Bunge cria gigante da bioenergia

Joint venture nasce no encalço de Raízen, Biosev e Atvos, de olho num mercado com potencial de crescimento

Quase cinco meses depois do anúncio, que aconteceu em julho de 2019, a joint venture resultante dos ativos de etanol e bioenergia da BP e da Bunge foi concretizada, colocando a nova empresa no encalço da Raízen, da Atvos (ex-Odebrecht Agroindustrial) e da Biosev, as maiores companhias do segmento.

A empresa será liderada por Mario Lindenhayn, da BP, como Executive Chairman e por Geovane Consul, da Bunge, que será o (CEO).

A joint venture tem participação de 50% de cada uma – a BP e a Bunge terão igual representação no conselho de diretores da companhia. 

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A petroleira e a empresa de processamento de produtos agrícolas olham um cenário futuro de crescimento do consumo de etanol, puxado pelo RenovaBio, política do governo para incentivo de biocombustíveis.

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Com isso, a nova companhia se aproxima da Raízen, uma joint venture entre a Shell e a Cosan, que deu mais escala, capacidade de escoamento e capilaridade na distribuição.

O mais importante, tanto para a Shell no passado, quanto para a BP no momento, é que as empresas fincam estacas no campo das energias renováveis, contribuindo para a transição energética em curso no mundo.

A conclusão da operação também acontece num momento em que se verifica alta do dólar, o que impacta os preços da gasolina no Brasil – quanto mais caro o preço do combustível fóssil, mais vantagem se torna abastecer com gasolina.

Além disso, no momento em que a economia acelerar o passo, existe uma tendência de aumento de viagens nas estradas, o que resultaria em mais venda de combustíveis, algo positivo para a empresa. Sem contar com um alento a um mercado que viu mais de 90 usinas entrarem em recuperação judicial nos últimos cinco anos.

Acordo resulta em 11 unidades

A BP Bunge Bioenergia nasce com um quadro com mais de 10 mil colaboradores; capacidade de moer 32 milhões de toneladas de cana por ano; de produzir 1,1 milhão de toneladas de açúcar e 1,5 bilhão de litros de etanol em 11 unidades localizadas em cinco estados: Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Antes do acordo, a BP possuía três usinas de açúcar e etanol, enquanto a Bunge detinha oito unidades.

Além da venda de etanol, o bagaço de cana é destinado para a produção de eletricidade – especialmente porque a safra da cana-de-açúcar acontece quando o país está em seu período seco, necessitando preservar os níveis dos reservatórios.

A operação foi aprovada em setembro pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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