Economia e Política

Conexão da usina nuclear de Zaporizhzhya foi retomada, afirma operadora ucraniana

Conexão da usina nuclear de Zaporizhzhya foi retomada, afirma operadora ucraniana

A Ucrânia informou à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) que a usina nuclear de Zaporizhzhya havia temporariamente perdido conexão com a sua última linha de transmissão externa 750 kV operante nesta quinta-feira, 25 de agosto. A conexão foi restaurada nesta sexta, segundo a operadora ucraniana Energoatom.

Durante a interrupção, a usina nuclear manteve a conexão por uma linha de 330 kV de uma térmica nas proximidades, cujo objetivo é o de justamente disponibilizar energia elétrica de reserva em caso de necessidade. De acordo com a IAEA, até o momento, a causa dos cortes é desconhecida.

Para Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da IAEA, essa situação ressalta a necessidade e a urgência do envio de uma missão especializada da agência para a planta nuclear ucraniana, principalmente após os últimos desdobramentos da guerra no país e os recentes bombardeios russos próximos à usina.

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A Ucrânia informou à agência internacional que bombardeios realizados nos dias 20 e 21 de agosto causaram sérios danos à infraestrutura da usina, incluindo áreas químicas e laboratoriais. Além disso, novos bombardeios iniciados no dia 22 de agosto danificaram os transformadores de uma planta térmica próxima à usina nuclear, causando desconexão entre as unidades geradoras.

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“Quase todos os dias há um novo incidente na planta nuclear de Zaporizhzhya ou próximo dela. Nós não podemos mais perder tempo. Estou determinado a liderar uma missão da IAEA para a planta nos próximos dias, para ajudar a estabilizar a segurança nuclear e a situação de segurança”, afirmou Grossi, que se encontrou com o presidente francês, Emmanuel Macron, na quinta-feira (25) para discutir preparativos para a missão.

Bombardeios

Em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) realizada em 23 de agosto, o embaixador russo Vasily Nebenzya afirmou que os bombardeios próximos à planta de Zaporizhzhya foram feitos pela própria Ucrânia como forma de “chantagem nuclear”.

Nebenzya reforçou, ainda, seu apoio à missão da IAEA e reiterou as condições saudáveis de trabalho na usina, e que “existe um bom trabalho conjunto entre os trabalhadores da estação, os bombeiros, o pessoal de emergência e os militares russos, os quais estão ajudando de toda forma que podem”.

O embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsy, por sua vez, rebateu as acusações russas e afirmou que “ninguém em sã consciência pode imaginar que a Ucrânia atacaria uma planta nuclear com um tremendo risco de uma catástrofe nuclear, ainda mais em seu próprio território”.