O período seco de 2022, que começa no fim deste mês, deverá ser mais tranquilo, em relação ao do ano passado, quando houve a crise hídrica, afirmou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, nesta segunda-feira, 11 de abril. Segundo o executivo, não há previsão de acionamento de termelétricas fora da ordem de mérito, e a bandeira tarifária deverá permanecer na cor verde até o fim do ano.
“A expectativa até o fim do ano é de trabalharmos dentro da ordem de mérito. E a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], que é a responsável pelo estabelecimento de bandeiras, isso só será confirmado ao longo dos meses, deve estar operando com bandeira verde, como também foi discutido na reunião do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico]”, disse Ciocchi, durante entrevista coletiva sobre o fim do período úmido deste ano, realizada virtualmente. “Nossa expectativa é que o setor elétrico não vai afetar o bolso do consumidor de energia este ano”, completou.
A expectativa do ONS é que os reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste fechem o mês de abril com 68,2% de nível médio de armazenamento. “Iniciamos o período seco com o maior nível desde 2012”, explicou o executivo. Naquele ano, os reservatórios dos lagos do principal subsistema do país encerram abril com 76% de estoque.
De acordo com o diretor-geral do operador, considerando a configuração das chuvas de 2020/2021, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste chegariam ao fim de novembro, no fim do período seco, com 62,9% de armazenamento. Considerando as chuvas de 2008, esse indicador poderia chegar a 39,6%. “Mesmo em um cenário mais crítico, teremos um final em novembro 20 pontos percentuais acima do que atingimos em 2021”, afirmou Ciocchi.
SIN
Com relação ao Sistema Interligado Nacional (SIN), a expectativa é encerrar o período úmido com uma média de armazenamento de 68,6%. Considerando as chuvas de 2020/2021 e de 2008, a expectativa do operador é alcançar uma média de 60,8% ou 40,3%, respectivamente.
Segundo Ciocchi, a melhora nas condições de abastecimento do SIN, em relação a 2021, reflete não apenas o efeito das chuvas no verão deste ano, “mas a gestão, a governança, os procedimentos operativos que foram estabelecidos de uma forma integrada com a ANA [Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico], o Ibama e o poder concedente”.
Rússia
O diretor-geral do ONS também descartou, por enquanto, risco de desabastecimento de combustíveis para termelétricas, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. “Não vejo nenhum risco de desabastecimento de diesel e gás para nossas térmicas”, completou.
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