Se as projeções para as afluências nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul se confirmarem até o final do ano, será o pior trimestre em todo o histórico de 90 anos em termos de chuvas nessas regiões, afirmou o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, em entrevista coletiva concedida nessa segunda-feira, 7 de dezembro.
No Sudeste/Centro-Oeste, os reservatórios estão com 16,5% da capacidade de armazenamento, enquanto o Sul tem 20,32%. O Nordeste tem a melhor condição do Sistema Interligado Nacional (SIN), com 51,54%, e o Norte tem 27,33%.
Apesar disso, não há risco de apagão no Brasil no momento, devido às medidas implementadas para garantir a segurança energética, como despacho de termelétricas fora da ordem de mérito e flexibilização das vazões das bacias do São Francisco e Grande.
“Não há possibilidade alguma de racionamento nem blecaute por causa da situação hídrica. Começamos a adotar medidas para preservar os reservatórios que estão em condições superiores ao que poderia ser alcançado, mas não queremos apostar nas chuvas. Estamos cumprindo os protocolos para que tenhamos segurança energética em todo o SIN”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Entre as medidas implementadas para ajudar a mitigar a situação hídrica, está uma autorização do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para que os consumidores que decidam aderir ao projeto piloto de resposta da demanda não participem do rateio da inadimplência do mercado de curto prazo de energia. Assim, seriam incentivados à aderir ao mecanismo, que ajuda a reduzir a carga em horário de pico.
Segundo Limp, a autorização pelo CMSE será formalizada mediante portaria. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) caminha no sentido de aprimorar o projeto e ampliá-lo para todos os consumidores do Brasil. Hoje, o projeto piloto de resposta da demanda é restrito ao Nordeste.
