A indústria foi o único setor que aumentou seu consumo de energia em junho, com alta de 0,7% em 2025 em relação ao mesmo mês de 2024. Considerando toda a carga do país, houve queda de 1,4%, com consumo de 44.972 GWh. Assim, este é o terceiro mês consecutivo em que há redução no consumo de energia, relata a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado de 12 meses, entretanto, há aumento de 2,1% na demanda, a 562.943 GWh.
A classe residencial somou carga de 13.858 GWh em junho de 2025, com retração de 0,8% na base anual. Segundo a EPE, a redução pode estar relacionada às temperaturas mais amenas em boa parte do país, o que reduz o uso de aparelhos como ar-condicionado, apesar de aumentar o uso de equipamentos como chuveiros elétricos e aquecedores, sobretudo na região Sul. A EPE também registra que em junho de 2025 houve aplicação da bandeira vermelha nas tarifas de energia, contra bandeira verde aplicada há um ano, o que pode ter desestimulado o consumo em função do custo adicional.
A bandeira tarifária e as temperaturas mais baixas também podem ter influenciado a redução no consumo da classe residencial, que somou 7.982 GWh em junho de 2025, com queda de 4,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Outro fator que pode ter pesado no desempenho é o avanço da micro e minigeração distribuída (MMGD) no setor comercial.
Entre as regiões, houve aumento no consumo no Norte (+3%), no Nordeste (+0,6%) e no Sul (+0,5%), enquanto o Sudeste (-3,8%), e o Centro-oeste (-0,3%) reduziram o consumo. A EPE registra que a alta na região Sul está relacionada à baixa base comparativa com junho de 2024, quando o Rio Grande do Sul teve seu consumo afetado pelas enchentes no estado.
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Segundo a EPE, este é um reflexo da continuação do movimento de migração de consumidores do ambiente regulado para o mercado livre, após a abertura do ACL para todos os consumidores de média e baixa tensão a partir de janeiro de 2024. No mercado livre, Nordeste e o Sul foram as regiões que mais expandiram o consumo (+11,2%), enquanto o Centro-Oeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (+76,2%).
Já o mercado regulado respondeu por 54,1% do consumo nacional em julho de 2025, com consumo de 24.332 GWh, com queda de 7,3% no consumo apesar do aumento de 1,6% nas unidades consumidoras. No mercado regulado, o Norte registrou a menor retração do consumo (-0,3%) entre as regiões, enquanto a região Sul teve o maior aumento no número de consumidores cativos (+2,5%).
