Consumo

CBIE vê PLD próximo de R$ 100 em 2024 e passar de R$ 200 em 2032

O preço de liquidação das diferenças (PLD) deve ficar entre R$ 87,90/MWh e R$ 112,79/MWh em 2024, com cenário base a R$ 92,20/MWh, segundo projeções do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que vê potencial para que o preço de energia no mercado spot possa chegar a R$ 629,53/MWh em 2032, considerando o limite superior. O cenário base para 2032 é de R$ 201,35/MWh, com cenário inferior a R$ 132,98.

CBIE vê PLD próximo de R$ 100 em 2024 e passar de R$ 200 em 2032

O preço de liquidação das diferenças (PLD) deve ficar entre R$ 87,90/MWh e R$ 112,79/MWh em 2024, com cenário base a R$ 92,20/MWh, segundo projeções do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que vê potencial para que o preço de energia no mercado spot possa chegar a R$ 629,53/MWh em 2032, considerando o limite superior. O cenário base para 2032 é de R$ 201,35/MWh, com cenário inferior a R$ 132,98.

Em suas projeções, a organização considera como cenário-base que os reservatórios brasileiros chegarão a novembro de 2024 com 43% de sua capacidade, com chuvas normais no período seco. Caso haja menos chuvas, o despacho de térmicas poderá aumentar, aproximando o PLD do cenário superior de preços.

“O período chuvoso já acabou, o preço já pressionado para cima, e isso tem trazido preocupação para o operador do sistema para evitar que a gente tenha apagões de curta duração ao longo dos picos de consumo diários”, disse o sócio do CBIE Advisory, Bruno Pascon, durante apresentação de perspectivas para o setor elétrico em 2024, nesta quarta-feira, 3 de abril.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além da pressão sobre o PLD, Pascon destaca que a conta de desenvolvimento energético (CDE) deverá quase dobrar em cinco anos, passando de R$ 34,9 bilhões em 2023 para R$ 64,5 bilhões em 2029. Para 2024,o orçamento da CDE foi fixado em R$ 37,2 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Custos de transmissão 

O executivo também avalia que a expansão das fontes eólica e solar exige investimento três vezes maior do que o “necessário” porque, com a intermitência, a geração ocorre apenas durante 25% a 40% do tempo. Para ele, uma solução seria que o planejamento energético não considerasse apenas o preço da geração, e sim o custo total para o sistema, incluindo a transmissão.

Outra questão está na distância entre a geração e a carga. “Quando o sistema elétrico foi pensado, a distância máxima da carga versus geração era de 300 km a 500 km. Hoje, a gente chega até 2.000 km, 2.200 km. Custa”, disse Pascon.

Assim, o executivo aponta como solução balancear as fontes intermitentes com fontes despacháveis mais limpas, como o gás natural ou o biogás. Esta alternativa também poderia aproximar a geração da carga, com a construção de térmicas movidas a biometano e biogás, combustíveis “verdes, despacháveis e não intermitentes”, segundo Pascon.

Em relação à expansão das intermitentes, o executivo avalia que os leilões de transmissão também poderiam incluir a competição com baterias. “Eu consigo atender um tipo de carga ao longo do tempo, sem a necessidade de construir uma linha de transmissão nova”, avalia. Esta seria uma solução para médio ou longo prazo, quando a tecnologia de armazenamento se tornasse menos custosa.