A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou na última quinta-feira, 4 de fevereiro, o relatório de indicadores do Atlas de Eficiência Energética 2020, que mostra a evolução do consumo e aplicação de eficiência na entre 2000 e 2019. O documento desta que as edificações consomem 52% da eletricidade do país, configurando o segmento com o maior potencial de eficiência energética.
Nas edificações dos setores residencial, comercial e público, entre 2000 e 2019, a principal fonte de energia utilizada foi a eletricidade. Nas residências, o uso de eletricidade ficou em 46%, seguido de 20% de GLP e de 24% de lenha. Já os edifícios utilizaram principalmente a eletricidade, com 92% da participação do total.
Enquanto o consumo de energia por domicílio diminuiu 12,4% no horizonte do estudo, em função da redução do uso de fontes energéticas menos eficientes, a demanda por eletricidade por domicílio cresceu 15,9%, em razão do progresso econômico das famílias e políticas governamentais.
O uso de equipamento elétricos representou o maior consumo elétrico residencial, da ordem de 1.223 kW por domicílios em 2019, enquanto em 2005, o consumo era de 608 kWh. Em 2019, o segundo maior consumo foi para o aquecimento de água, em 301 kWh, seguido por condicionamento de ar, com 214 kWh e iluminação em 147 kWh.
No setor de serviços, o levantamento identificou um aumento de 3,5% no consumo de gás natural destinado à geração de eletricidade entre 2010 e 2019, e um incremento na capacidade de geração de energia de 9% para o setor, seja por autoprodução ou cogeração.
Para a EPE, esse aumento pode ser consequência do aumento de equipamentos eletrônicos nos estabelecimentos, aumento da automação e controle dos processos ou substituição de fontes secundárias de energia.
Até 2017, o setor industrial, que consome cerca de um terço da energia final para atendimento de seus processos produtivos, apresentava o maior consumo de energia entre os setores, sendo depois superado pelo setor de transporte. O documento explica que isso ocorreu pela redução da atividade econômica industrial entre 2014 e 2017 e da produção de cana de açúcar em 2018.
O estudo também mostra que até 2019 a indústria consumia muito mais carvão mineral e derivados e carvão vegetal. A partir dessa marca, a biomassa de cana-de-açúcar tomou à frente no consumo de energia indústria. Em ambos os períodos, a eletricidade era a mais consumida.
Segundo a EPE, o aumento da participação do bagaço de cana-de-açúcar no consumo industrial está relacionado ao ganho de participação do setor de produção de açúcar e de celulose. Apesar de não apresentar grande variação no horizonte, os setores de siderurgia, açúcar, papel e celulose corresponderam a 48% do consumo em 2000 e a 53% em 2019.