O consumo nacional de energia elétrica em fevereiro foi o maior da série histórica para o mês desde 2004, atingindo 41.794 GWh, avanço de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2021, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em relatório divulgado na quarta-feira, 31 de março.
O mercado livre apresentou crescimento de 5,5% no consumo no mês, enquanto o consumo das distribuidoras de energia elétrica no mercado regulado recuou 1,1%.
Consumo comercial em alta
Segundo a estatal, o motivo da alta foi o contínuo crescimento da classe comercial, que liderou a expansão representando 7,4 % de aumento, comparado ao mesmo mês do ano passado de 7.438 GWh, atingindo 7.985 GWh. Apesar do aumento do consumo, o valor é menor do que os níveis pré-pandêmicos no Brasil, em fevereiro de 2019, que atingiu a marca de 8.039 GWh, observou a EPE.
No segmento comercial, todas as regiões brasileiras tiveram alta no consumo em comparação com fevereiro de 2021. O Norte cresceu 11,9%, seguido pelo Sul com 11,3%, Sudeste com 6,5%, Centro-Oeste com 4,7% e Nordeste com 3,3%. Na mesma categoria, entre os estados, o maior recuo de consumo foi registrado no Amapá (-15,8%) e as maiores taxas no Amazonas com 34,2 % e em Minas Gerais com 29,4%.
Pouco crescimento para Indústria
Já o consumo de eletricidade na indústria obteve alta de 0,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, para 14.354 GWh. Ainda assim, registra o maior consumo para o mês dos últimos seis anos.
A região Sul (+4,3%) foi quem mais elevou seu consumo no período, enquanto o Nordeste (+0,4%) e o Centro-Oeste (+0,3%) cresceram marginalmente. Houve retração na região Norte (-4,6%) e no Sudeste (-0,9%).
O estado de maior destaque foi Alagoas, com um aumento de 58,2% no consumo de energia elétrica.
Residências
O consumo de energia elétrica nas residências subiu 1,6% em comparação com fevereiro de 2021, após quatro quedas consecutivas, chegando ao valor de 13.022 GWh.
O clima mais quente e seco na região sul, resultado do fenômeno La Ninã, contribuiu para o aumento do consumo em 11,3%, registrando 2.346 MWh.
Apresentaram, em menor grau, crescimento do consumo as regiões Norte e Centro-Oeste com 3,4% e 3,3%, respectivamente, enquanto as regiões Nordeste (-1, 7%) e Sudeste (-0,8%) registraram queda.
Amazonas (+21,1%), Roraima (+16,9%), Santa Catarina (+14,7%), Mato Grosso do Sul (+10,7%), Paraná (+10%) e Rio Grande do Sul (+9,8%) foram os estados com maior crescimento do consumo residencial na comparação entre fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022.
No Amapá, ocorreram enchentes em decorrência de fortes chuvas, causando uma elevada queda no consumo, de 35,8%. Ceará, Rio Grande do Norte e Acre, registraram variações de -6,4%, -5,7% e -4,9%, respectivamente.