O consumo nacional de energia elétrica foi de 41,9 mil GWh em julho de 2023, alta de 1,7% em comparação com mesmo mês de 2022, oitavo mês consecutivo de crescimento. As informações são da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, elaborada mensalmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A classe residencial puxou a alta, com crescimento de 4,7% no consumo em relação a julho de 2022, por conta do clima mais quente e seco. O clima e o desempenho do setor de comércio e serviços também levou a um aumento do consumo da classe comercial, com crescimento de 1,9% em relação a junho de 2022.
Na indústria, o consumo atingiu 15,6 mil GWh, o que representa uma retração de 0,7% em relação a 2022. Entre os dez setores mais eletrointensivos da indústria, apenas três expandiram o consumo: metalurgia (+89 GWh; +2,2%), impulsionada pela cadeia do alumínio primário no Maranhão; fabricação de produtos alimentícios (+62 GWh; +3,1%), diante do aumento nas exportações de açúcares e melaços; e extração de minerais metálicos (+55 GWh; +5,0%), puxada pela aceleração na produção de minério de ferro e de cobre na maior mineradora do País.
Por outro lado, as maiores retrações foram observadas na fabricação de produtos químicos (-182 GWh; -10,8%), principalmente devido a interrupção temporária na produção em duas grandes unidades consumidoras em Alagoas e na Bahia; fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-52 GWh; -4,2%) e de produtos têxteis (-32 GWh; -5,8%), onde o consumo reflete a produção e o mercado consumidor de seus produtos.
Entre as regiões geográficas, o Sul (-2,4%), o Sudeste (-1,9%) e o Centro-Oeste (-1,4%) puxaram a queda do consumo industrial, enquanto o Nordeste (+5,9%) e o Norte (+1,0%) consumiram mais.
Apesar disso, a demanda global de todas as regiões aumentou. A região Norte (+12,3%) continua sendo o maior destaque, seguida pelo Sul (+6,2%), Nordeste (+5,8%), Sudeste (+3,1%) e Centro-Oeste (+0,9%). No acumulado em 12 meses, o consumo nacional registrou 516,7 mil GWh, alta de 2% em comparação ao período imediatamente anterior.
O mercado livre apresentou crescimento de 2,5% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras expandiu em 1,2%. Além das questões climáticas, houve expansão da base de consumidores residenciais, como reflexo de novas ligações, reclassificação de consumidores pela distribuidora e pela interligação de localidades ao sistema interligado.