À medida que a guerra na Ucrânia aumenta os preços e gera preocupações sobre interrupções no fornecimento de gás natural liquefeito (GNL), a demanda global pelo combustível deve cair em 2022 e crescer em ritmo lento nos próximos três anos, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), em relatório trimestral divulgado nesta terça-feira, 5 de julho.
A entidade calcula que o consumo do combustível reduzirá 0,5% ainda este ano e, a partir de 2023, começará a se recuperar para chegar ao ritmo de progressão de 1,5% em 2025, ou seja, um aumento de 140 bilhões de metros cúbicos. Segundo a agência, essa demanda é menos da metade do aumento de 370 bilhões de metros cúbicos dos últimos cinco anos.
A queda no crescimento do consumo é resultado da atividade econômica mais fraca e da redução “drástica” das importações do gás da Rússia para a União Europeia (UE), informou a IEA.
Segundo o relatório, o plano da UE pode resultar em uma queda de 55% do consumo de gás natural liquefeito até 2025 no continente. No Entanto, a entidade prevê uma queda de 75% – de 120 bilhões de metros cúbios em 2021 para 30 bilhões de metros cúbicos em 2025 – se os fluxos de gás russos forem completamente cortados.
Preços
Para a agência os altos preços de GNL na Europa significa que o bloco está “atraindo” quantidades recordes de cargas do combustível, podendo representar mais de 60% do crescimento líquido no comércio global de GNL até 2025.
“Agora estamos vendo picos de preços inevitáveis à medida que países ao redor do mundo competem por remessas de GNL, mas a resposta mais sustentável à crise global de energia de hoje são esforços e políticas mais fortes para usar a energia com mais eficiência e acelerar as transições de energia limpa”, disse o diretor de Mercados de Energia e Segurança da AIE, Keisuke Sadamori.