Consumo

Demanda e consumo de eletricidade estão mais dependentes do clima, aponta agência internacional

A demanda e o fornecimento de eletricidade em todo o mundo estão se tornando cada vez mais dependentes do clima, com condições extremas, tendo sido um tema recorrente em 2022. A tendência é apontada no novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), intitulado Mercado de Eletricidade 2023.

Demanda e consumo de eletricidade estão mais dependentes do clima, aponta agência internacional

A demanda e o fornecimento de eletricidade em todo o mundo estão se tornando cada vez mais dependentes do clima, com condições extremas, tendo sido um tema recorrente em 2022. A tendência é apontada no novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), intitulado Mercado de Eletricidade 2023.

Como exemplo, o relatório destaca a seca na Europa, tendo como resultado o maior uso de carvão e gás natural, além de ondas de calor na Índia, resultando no maior pico de demanda de energia do país.

Da mesma forma, as regiões central e oriental da China foram atingidas por ondas de calor e secas, o que fez com que a demanda por ar-condicionado aumentasse em meio à redução da geração hidrelétrica na província de Sichuan. Os Estados Unidos também viram fortes tempestades de inverno em dezembro, provocando interrupções de energia.

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“Isso destaca a necessidade de uma descarbonização mais rápida e da implantação acelerada de tecnologias de energia limpa”, diz trecho do documento. Enquanto a transição energética deve ganhar ritmo acelerado, há a expectativa que de maior impacto dos eventos climáticos na demanda de eletricidade.

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“Será crucial aumentar a flexibilidade dos sistemas de energia, garantindo a segurança do fornecimento e a resiliência das redes”, aponta o levantamento.

Para a agência internacional, a maior emissão de CO2 da geração de energia da Europa pode ser considerada como ‘temporária’ e deve ser reduzida, em média, cerca de 10% ao ano até 2025.

Com a perspectiva que as energias renováveis devem dominar o crescimento da oferta mundial de eletricidade nos próximos três anos, uma vez que, juntamente com a energia nuclear, devem atender à grande parte da demanda global até 2025, a IEA aponta que são improváveis aumentos significativos nas emissões de carbono do setor de energia.

A agência estima que a demanda mundial por eletricidade cresça a uma média de 3% nos próximos três anos. Esse crescimento deve ser liderado pelas economias emergentes e em desenvolvimento na Ásia, e acima do que era registrado antes da pandemia, quando tinha um aumento médio de 2,4% ao ano.

Com a aceleração de investimentos em energias renováveis, a expectativa é que a sua participação no mix global de geração de energia deva aumentar de 29% em 2022, para 35% em 2025, com a queda da participação da geração a carvão e gá natural.

Ao mesmo tempo, as economias avançadas estão buscando expandir o uso de eletricidade para substituir os combustíveis fósseis em setores como como transporte, aquecimento e indústria. Como resultado, as emissões de CO2 da geração global de energia devem continuar em queda.

Segundo Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, a demanda mundial por eletricidade deve continuar a crescer e adicionar mais do que o dobro do consumo atual do Japão nos próximos três anos.

“A boa notícia é que as energias renováveis e nucleares estão crescendo rápido o suficiente para atender a quase toda essa demanda adicional, mostrando que estamos perto de um ponto de inflexão para as emissões do setor de energia. Agora, os governos precisam permitir que as fontes de baixas emissões cresçam ainda mais rapidamente para que o mundo possa garantir o fornecimento seguro de eletricidade enquanto atinge as metas climáticas”, disse Birol.

Mesmo com a perspectiva de queda na geração a gás natural pela União Europeia, o relatório mostra um crescimento significativo no Oriente Médio, que pode compensar parcialmente a redução europeia. Também deve ser compensada a tendência de queda do carvão na geração de energia pela Europa e Américas, pelo aumento da sua utilização na região da Ásia-Pacífico.