Consumo

Demanda por gás natural deve duplicar nos próximos cinco anos, indica Firjan

Demanda por gás natural deve duplicar nos próximos cinco anos, indica Firjan

A demanda de gás natural pela indústria fluminense, que corresponde atualmente a um volume superior a 680 mil m³/dia, deverá duplicar em cinco anos, afirma o documento “Perspectivas do Gás no Rio 2021”, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Lançado em 18 de maio, o estudo indica que, em cerca de dez anos, a necessidade de gás natural pode crescer mais de dez vezes na comparação com o atual volume de consumo.

Os dados foram apresentados em evento on-line de lançamento do estudo, no qual, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, destacou que o Rio de Janeiro continuará como ponto de partida para o avanço do gás natural do país. Ele afirmou que o novo marco legal traz novas possibilidades para o crescimento da demanda do energético, ainda que não haja muitas medidas complementares a serem adotadas para a expansão do mercado.

Na mesma oportunidade, Hélio da Cunha Bisaggio, superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), informou que a autarquia espera conceder 20 novas autorizações de importação de gás natural até o fim deste ano. “Esse novo mercado já está acontecendo desde o lançamento do edital da primeira chamada pública da TBG – responsável pelo gasoduto Brasil-Bolívia – no modelo de entrada e saída, o que já impulsionou enormemente o interesse dos agentes no mercado de gás”, afirmou Bisaggio.

O estudo da federação também aponta que, enquanto a produção de gás no Rio de Janeiro cresceu quase três vezes nos últimos dez anos, os volumes reinjetados aumentaram mais de 80 vezes em comparação aos volumes de consumo de gás natural no país em 2020. Além disso, o consumo de gás natural no estado dentro do chamado “mercado não-termelétrico” teve queda de 11% em relação ao volume de pico demandado no ano de 2019.

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Segundo o documento, é necessária a finalização e entrada em operação do gasoduto Rota 3 e da UPGN2 do polo Gaslub Itaboraí (antigo Comperj), previstos para 2021. O gás escoado pela Rota 3 deverá ser processado e conectado à malha de gasodutos de transporte da Nova Transportadora do Sudeste (NTS).

Esses investimentos são importantes para ampliar a disponibilidade dos volumes produzidos nos dois principais campos produtores de gás natural do país, Tupi e Búzios que, juntos, foram responsáveis pela reinjeção de cerca de 40 milhões de m³/dia em 2020, superando em 45% as importações no mesmo ano.

Sobre novas rotas de gás, o estudo avalia que o Porto de Itaguaí é um destino potencial para a Rota 4 e que, no Porto do Açu, projetos de termelétricas utilizando gás natural (via gás natural liquefeito – GNL) também estão se concretizando.

Já sobre os preços do gás natural no mercado, apesar da queda devido à pandemia em 2020, o valor no Rio de Janeiro em R$/m³ quase duplicou nos últimos nove meses. Atualmente, o preço do gás industrial praticado pela CEG-Rio no estado gira em torno de 1,9 R$/m³.

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