Carga

Em ano pós El Niño, consumo energético cai pelo segundo mês consecutivo

Chuva
Temperaturas amenas | Foto: Todd Diemer / Unsplash

O consumo de energia em maio de 2025 foi de 46.571 gigawatts-hora (GWh), o que representa queda de 1,1% comparado a maio de 2024. É a segunda queda mensal consecutiva no consumo nacional, após queda de 0,8% em abril. Considerando os últimos 12 meses, o consumo nacional acumulado foi de 563.597 GWh, alta de 2,8% na comparação com igual período anterior.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em maio de 2025 apenas o setor industrial apresentou aumento na carga, com aumento de 1,9% em relação ao mesmo mês de 2024, atingindo 16.839 GWh.

Pós-El Niño e a queda no consumo

Para a EPE, a retração do consumo comercial e residencial teve influência das temperaturas mais amenas, “inferiores às do ano anterior, quando o país ainda sofria os efeitos do fenômeno El Niño”, diz a Resenha Mensal do Consumo de Energia.

O consumo da classe comercial também pode ter tido influência da maior adoção de micro e minigeração distribuída (MMGD) entre os consumidores cativos e da mudança da bandeira tarifária aplicada, já que em maio de 2025 vigorou a bandeira amarela, enquanto em maio de 2024 a bandeira tarifária foi verde, sem custos adicionais na fatura.

Assim, nas residências, o consumo em maio de 2025 atingiu 14.570 GWh, com retração de 1,8% na base anual. A classe comercial consumiu 8.429 GWh, com redução de 4,8% em um ano.

Considerando todas as classes, as regiões Nordeste (+4,4%), Norte (+2,7%) e Sul (+0,4%) tiveram aumento na carga, enquanto o Sudeste (-4,4%), e o Centro-Oeste (-0,8%) foram responsáveis pela contração do consumo. No Sul, a EPE registra que a alta no consumo se deve às baixas históricas de 2024, quando o Rio Grande do Sul foi afetado por fortes enchentes. Sem este feito, a região teria tido queda no consumo interanual.

Consumidores livres aumentam 55%

Em relação ao ambiente de contratação, o mercado cativo respondeu por 54,5% do consumo, a 25.366 GWh. A carga retraiu 7,6%, enquanto o número de consumidores aumentou 1,8%. No mercado livre, o consumo foi de 21.205 GWh, com alta de 7,9% na carga. O número de consumidores livres também aumentou, a uma taxa de 54,7%, refletindo a abertura do ambiente livre de contratação a todos os consumidores de média e alta tensão a partir de janeiro de 2024.