A decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de reduzir o despacho de termelétricas até 15 GW médios deve reduzir os encargos pagos pelos consumidores pela metade, de acordo com análise da MegaWhat.
Ontem, 1º de dezembro, o CMSE concluiu que há melhorias para armazenamentos dos reservatórios no horizonte até maio de 2022, e apontou condições para pleno atendimento em todo o período, tanto em termos de energia quanto de potência, sem necessidade de uso da reserva operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Com isso, decidiu limitar o despacho adicional de recursos de termelétricas a 15 GW médios.
Em maio deste ano, o CMSE tinha retirado os limites de despacho fora da ordem de mérito, em uma medida para combater a crise hídrica e poupar água nos reservatórios das hidrelétricas. Isso disparou o custo dos encargos de serviço do sistema (ESS), cobrados de todos os consumidores para cobrir o custo dessas termelétricas mais caras, muitas com Custo Variável Unitário (CVU) da ordem de R$ 2.500/MWh.
Caso o despacho total de geração termelétrica fosse mantido, os encargos em janeiro seriam da ordem de R$ 137,05/MWh. Com o limite de até 15 GW, o ESS previsto para janeiro recua para R$ 61,46/MWh. Em fevereiro, fica menor ainda, em R$ 32,35/MWh.
Isso porque, com esse limite, pelo modelo Decomp, o CVU máximo das usinas despachadas varia entre R$ 744/MWh e R$ 1.044/MWh, de acordo com os especialistas da MegaWhat.