O novo empréstimo negociado pelo Ministério de Minas e Energia para cobrir o custo do despacho das termelétricas é objeto de preocupação por parte do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Em nota, o coordenador do Programa de Energia e Sustentabilidade do Idec, Clauber Leite, destacou que os consumidores de energia já pagam, via tarifa, a conta-covid, empréstimo tomado ano passado para custear as despesas extraordinárias trazidas pela pandemia.
“O consumidor mal começou a pagar a conta-covid e já terá de assumir um novo empréstimo. Precisamos suspender essa prática e melhorar as regras do setor, de modo a diminuir os riscos de crises como a atual”, disse Leite.
Segundo o especialista, esse novo desequilíbrio de caixa das distribuidoras reforça a necessidade de modernização do setor elétrico, para que a formação de preços reflita as condições reais de produção de energia. Para Leite, o preço da energia não reflete as condições reais do setor, promovendo decisões ineficientes, cujos custos acabam sendo repassados aos pequenos consumidores.
“Hoje os consumidores cativos estão pagando a bandeira da escassez hídrica devido à combinação da pior seca em praticamente um século com a falta de planejamento do setor, enquanto o valor do PLD está abaixo de R$ 200/MWh”, afirmou Leite.