Resenha mensal da EPE

Indústria tem os três maiores consumos da série histórica em 2024

Consumo nacional de energia atingiu 45.556 GWh em junho de 2024, com alta de 6,8% na base anual

Consumo na indústria
Consumo na indústria | Pixabay

A indústria brasileira teve carga de 16.345 GWh em junho de 2024, o terceiro maior valor de toda a série histórica, perdendo apenas para maio (16.522 GWh) e abril (16.364 GWh). O consumo industrial em junho representa alta de 4,6% em relação ao mesmo mês de 2023, segundo informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O consumo industrial cresceu em todas as regiões do país, com maior avanço no Centro-Oeste (+ 7,5%), seguido por Nordeste (+5,6%), Sudeste (+4,7%), Sul (+ 3,3%) e Norte (+2,8%). A alta no consumo ocorreu em 26 dos 37 setores monitorados pela EPE.

Os setores com maior consumo foram o metalúrgico, com 301 GWh e alta de 7,7% na base anual, e o de produtos alimentícios, com carga de 101 GWh, que foi 4,9% maior do que há um ano. Os setores com maior crescimento foram de papel e celulose, que cresceu 10,9% a 85 GWh, e de produtos metálicos, com alta de 10,8%, a 39 GWh.

Carga nacional aumenta 6,8%, puxada por residências e comércio

O consumo nacional de energia elétrica em junho de 2024 foi de 45.556 GWh, o que representa alta de 6,8% comparado a junho de 2023. Comércio e residências puxaram a alta no consumo em mês com temperaturas acima da média, segundo a EPE. O consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 550.860 GWh, uma alta de 6,7% na comparação com igual período anterior.

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Em junho de 2024, o consumo residencial foi de 13.920 GWh, com aumento de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Além do clima mais seco e com temperaturas mais altas que o habitual, a EPE avalia que o aumento no número de consumidores e o avanço do emprego e renda no país também colaboraram para a alta na carga.

Todas as regiões registraram aumento no consumo residencial, com destaque para o Nordeste (+10,5%), seguido por Centro-Oeste (+9,1%), Sudeste (+8,0%), Sul (+7,3%) e Norte (+6,7%).

Na classe comercial, a expansão foi de 9,7%, a 8.337 GWh, e todas as regiões também apresentaram aumento no consumo, desta vez com destaque para o Sudeste (+12,3%), seguido por Centro-Oeste (+8,2%), Sul (+8,0%), Nordeste (+6,2%) e Norte (+4,5%).

ACL e ACR crescem

O consumo no ambiente de contratação livre (ACL), o mercado livre, foi de 19.480 GWh, o que correspondeu a 42,8% da carga nacional em junho. O ACL teve alta de 11,4% no consumo e de 31,8% no número de consumidores, na comparação com junho de 2023. O Centro-Oeste foi a região que mais expandiu o consumo (+16,5%) e o Nordeste foi a que mais expandiu o número de consumidores livres (+57,2%).

Mesmo com a migração de consumidores para o mercado livre, o ambiente de contratação regulada (ACR) também cresceu 0,8% em número de consumidores e 3,6% no volume de carga, em junho de 2024 na comparação com o mesmo mês de 2023.

No total, o mercado regulado registrou consumo de 26.076 GWh, o que significa que 57,2% do consumo no país foi atendido pelas distribuidoras.

A maior expansão do consumo regulado foi registrada no Centro-Oeste (+4,4%), enquanto o Norte teve a maior expansão do número de consumidores cativos (+3,9% ).

Rio Grande do Sul ainda sente impactos da catástrofe ambiental de maio

O Rio Grande do Sul ainda sente os impactos das fortes tempestades e inundações que atingiram o estado em maio. Na classe industrial, houve redução de 6,2% no consumo, com retração em nove dos dez setores mais eletrointensivos, e apenas o setor metalúrgico expandiu o consumo no estado em junho.

A classe comercial gaúcha também teve redução no consumo, a -2,6% na comparação com junho anterior, mesmo com o clima mais quente e seco.

Apenas no setor residencial houve alta, de 8,6%, em função das altas temperaturas no estado.