Carga

Indústria teve em 2025 o maior consumo de janeiro desde 2004

Setor puxou o crescimento da carga nacional, que atingiu 47 mil GWh

linha de produção Divulgação Peugeot
Linha de produção automotiva. Setor industrial puxou aumento no consumo de energia em janeiro de 2025 / Créditos Peugeot

Em janeiro de 2025, a indústria teve carga de 15.985 GWh, maior valor para o mês da série histórica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que acompanha o consumo desde a sua fundação em 2004. Na comparação com o mesmo mês de 2024, o crescimento do consumo industrial foi de 3%.

No total, a carga no país somou 47.143 GWh no mês, o que representou um aumento de 0,6% em comparação com janeiro de 2024. O setor residencial aumentou em 1,4% seu consumo, a 15.637 GWh e o setor comercial registrou carga 1,7% menor do que no ano anterior, a 8.793 GWh.

Consumo no setor industrial

Todas as regiões apresentaram aumento na carga da indústria, com destaque para o Norte (+11,2%, a 1.576 GWh), seguido por Centro-Oeste (+3,6%, a 919 GWh), Nordeste (+2,6%, a 2.377 GWh), Sul (+2,1%, a 3.010 GWh) e Sudeste (+1,8%, a 8.103 GWh).

A alta alcançou 24 dos 37 setores monitorados, e o maior crescimento ocorreu no setor automotivo (+9,7%; +47 GWh), em linha com a produção de veículos, que registrou crescimento de 15,1% em janeiro.

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O único setor eletrointensivo que apresentou redução no consumo em relação a janeiro de 2024 foi produtos de metal, que retraiu 1,1% e reduziu em 4 GWh o consumo no mês.

Consumo no setor residencial

Em janeiro, o setor residencial aumentou sua carga em 1,4%, interrompendo a tendência de queda registrada em novembro (-0,7%) e dezembro (-0,6%) de 2024. A EPE avalia que o aumento no consumo se deve à expansão do número de consumidores residenciais (+2,3%) e à melhoria nas condições de emprego e renda no país.

As regiões Sudeste (+2,4%) e Nordeste (+2,2%) foram as maiores responsáveis pelo aumento no consumo residencial em janeiro de 2025. Em contrapartida, as regiões Sul (-1,3%) e Norte (-0,5%) tiveram retração no mesmo período.

Consumo no setor comercial

O comércio retraiu em 1,7% sua carga na comparação com janeiro de 2024. A EPE observa que há uma desaceleração na retração do consumo da classe, que em dezembro reduziu em 2,9% seu consumo.

Todas as regiões apresentaram queda no consumo comercial, com exceção do Norte, que ficou estável. A maior redução comparativa ocorreu no Centro-Oeste (-5,3%), seguido pelo Sul (-2,9%), Nordeste (-1,7%) e Sudeste (-0,9%).

Na avaliação da EPE, a redução pode ter ocorrido em função das temperaturas mais amenas de janeiro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Além disso, a EPE aponta que em janeiro de 2025 também houve queda nos índices de confiança do comércio e de serviços, tanto em relação a janeiro de 2024 quanto em relação ao mês anterior, que foi dezembro de 2024. Os índices são auferidos pela Fundação Getúlio Vargas.

Número de consumidores aumenta tanto no ACL quanto no ACR, mas carga cativa cai

O número de unidades consumidoras aumentou em janeiro de 2025, tanto no ambiente de contratação livre (ACL) quanto no regulado (ACR). No mercado livre, o avanço foi de 64,5% no número de consumidores, enquanto no mercado regulado aumentou em 1,8% sua base de unidades.

A carga no mercado livre foi de 20.374 GWh, o que representou aumento de 9,7% na comparação anual. O Norte foi a região que mais expandiu o consumo (+13,8%), enquanto o Nordeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (+82,1%).

No mercado regulado, a carga foi de 26.769 GWh, com queda de 5,3% na comparação com janeiro de 2024. A região Norte registrou a menor contração do consumo (-3,0%) e teve o maior aumento no número de consumidores cativos (+2,3%).