Mais investimentos em eficiência energética são fundamentais para endereçar a crise climática e acelerar a transição energética, de acordo com Frans Timmermans, vice-presidente executivo do programa “European Green Deal”, da Comissão Europeia. O bloco tem feito esforços nesse sentido e lançou na semana passada o RePowerEU, programa de investimentos para a independência e segurança energéticas da União Europeia, que aborda também novas tecnologias, como hidrogênio verde e eólica offshore.
Para o executivo, a aceleração da transição energética demanda uma “abordagem holística”, que permita não apenas acabar com a dependência energética da Europa em relação ao gás russo, mas também lidar com as crises climática, alimentar, de energia e da biodiversidade de forma integrada. “Precisamos melhorar muito em termos de consumo de energia. A energia mais barata é aquela que você não usa, e nós podemos fazer muito mais a esse respeito, tanto no nível de indústrias e do setor privado quanto no nível individual”, afirmou Timmermans, durante painel do Fórum Econômico Mundial.
Timmermans disse, ainda, que a Europa precisa trabalhar na desburocratização das licenças e permissões para os projetos de renováveis, além de diversificar o mix energético do grupo. Para tal, a Comissão Europeia vem desenvolvendo planos estruturais para a economia do hidrogênio, que, segundo o executivo, “é parte da solução de longo prazo” do grupo, assim como a ampliação da energia solar fotovoltaica de forma geral.
Sobre esse tema, Catherine MacGregor, chefe executiva do Grupo Engie, ressaltou a importância da cooperação e da parceria não apenas entre os países, mas entre fornecedores e consumidores, porque a sociedade europeia de forma geral apresenta uma dificuldade na aceitação das fontes renováveis.
Para MacGregor, além do ponto da aceitação das renováveis e do trabalho conjunto nesse sentido, também é necessário ampliar a diversificação de fontes, sobretudo como meio de acelerar a transição energética e tornar o produto mais acessível, reduzindo os altos preços atuais.
“Temos convicção de que o mix de energia futuro de qualquer país deve ser balanceado, então é necessária uma diversificação de tecnologias, porque é de senso comum não colocar todos os ovos em uma cesta só. Eletricidade, eólica, solar, eólica onshore, eólica offshore, mas também o gás terá um grande papel na transição energética”, afirmou a executiva.
Timmermans e MacGregor participaram nesta terça-feira, 24 de maio, da conferência “Acelerando o caminho para emissões zero”, do Fórum Econômico Mundial, que acontece entre os dias 23 e 26 de maio em Davos, na Suíça. Também estavam presentes Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Jeremy Jurgens, diretor do Fórum, e John F. Kerry, enviado especial de clima do Conselho Nacional de Segurança (NSC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.