O consumo de energia elétrica em março cresceu 2,6%, em média, refletindo as temperaturas elevadas e o desempenho no segmentos residencial e industrial, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), chegando a 47.949 GWh.
Os números medidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), por sua vez, apontam um crescimento de 3,2% em março, a 86.127 MW médios. Os números ajustados, desconsiderando efeito temperatura e o número menor de dias uteis por conta do feriado do carnaval, apontam alta de 4% na carga no período.
Resenha da EPE
Os dados da estatal de planejamento apontam um crescimento de 9,9% no consumo no mercado livre de energia, e retração de 2,4% no cativo. Na divisão por segmentos, a indústria teve crescimento de 2,7%, o residencial avançou 3,7% enquanto o segmento comercial ficou praticamente estável, com alta de 0,1%.
O consumo da indústria atingiu 16.700 GWh em março, alta de 2,7%, sendo o maior volume do mês de março de toda a série histórica, desde 2004. A alta alcançou 24 dos 37 setores monitorados.
Oito dos dez setores mais eletrointensivos consumiram mais, seis acima da média da indústria: extração de minerais metálicos (+12,7%) com expansão no consumo principalmente no Pará, Minas Gerais e Espírito Santo; produtos de borracha e material plástico (+9,4%), beneficiado pela retomada do setor automotivo e pelo consumo das famílias; produtos alimentícios (+5,2%), pelo consumo das famílias e exportações de carne bovina; metalurgia (+4,9%), puxada pela produção de alumínio, principalmente no Maranhão; produtos de minerais não metálicos (+4,1%) se beneficia da melhora nos indicadores de emprego e renda e da construção civil, impulsionada pelo Minha Casa, Minha Vida; e produtos têxteis (+3,1%).
Na classe residencial, o consumo da energia elétrica somou 16.195 GWh. Segundo a EPE, foi o maior volume já registrado no segmento, impulsionado pelo tempo quente e seco no Centro-Sul do país, apesar das temperaturas mais amenas no Norte e Nordeste, que contribuíram para redução do consumo residencial.
Boletim de carga do ONS
Segundo o ONS, o maior crescimento de carga em março foi no Norte, onde cresceu 6,2%, a 7.857 MW médios, seguida pela região Sul, onde houve alta de 5,8%, a 15.540 MW médios, refletindo temperaturas elevadas.
No Sudeste/Centro-Oeste, a alta foi de 3%, a 49.221 MW médios. O Nordeste teve retração de 0,8%, a 13.509 MW médios, muito afetado pelo carnaval e pelas temperaturas. A carga ajustada para esses fatores foi de alta de 0,3%.