
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo as projeções de carga para agosto, que deve ficar em 76.809 MW médios, montante 0,6% menor do que o observado no mesmo mês do ano anterior.
O valor também é mais baixo do que o indicado na Programação Mensal da Operação (PMO) anterior, que projetava uma carga de 78.109 MW médios, representando crescimento de 1,1% em relação a agosto de 2024. A atual expectativa para a carga é ainda inferior à primeira Revisão Quadrimestral, que previa demanda de 80.405 MW médios.
Para setembro, o ONS reduziu a estimativa para 80.470 MW médios, o que representa recuo de 0,9% na base anual, contra projeção de crescimento de 1,6% na primeira revisão quadrimestral. As informações foram passadas nesta quinta-feira, 24 de julho, durante o primeiro dia do PMO de agosto.
Perguntado se as projeções consideram os impactos das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump e que podem em vigor em agosto, o ONS não confirmou se este fator entrou nos cálculos.
“Os estudos da segunda revisão quadrimestral encontram-se em andamento e dentro do contexto do estudo tem a concepção do cenário econômico. A gente tem acompanhado a evolução da questão tarifária, mas no momento a gente não pode afirmar se ela está sendo considerada dentro do cenário ou não”, respondeu na reunião. A segunda revisão quadrimestral deve ser divulgada até o dia 10 de agosto.
Segundo o operador, julho deve fechar com carga de 74.589 MW médios, montante 1,6% menor do que a carga de julho de 2024 e 3,2% menor do que o observado em junho de 2025
Temperaturas amenas reduzem projeção de carga
Os fatores que levaram o ONS a reduzir a projeção de carga para agosto e setembro estão relacionadas à menor temperatura e ao nível atual da carga. Depois de meses de altas temperaturas, verificadas até março, a partir de abril teve início um período de neutralidade, em que não há interferência de fenômenos meteorológicos, como El Niño ou La Niña.
Com isso, as temperaturas foram menores do que as registradas nos mesmos meses de 2024. Segundo o ONS, os meses de junho e julho (até o dia 20), apresentaram temperaturas abaixo da média histórica. Entretanto, para estes meses, as projeções iniciais eram de temperaturas acima da média.
Para agosto, a expectativa é que as temperaturas estejam próximas à media, mas há possibilidade de um comportamento semelhante aos meses anteriores, com frustração das projeções e temperaturas mais baixas. Por isso, e considerando os atuais níveis mais baixos de carga, o ONS revisou suas projeções para baixo.