As baixas temperaturas que prevaleceram nas regiões Sudeste e Sul nas primeiras duas semanas de novembro afetaram a carga de energia de todo o país, que acabou tendo um desempenho abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Para dezembro, contudo, as condições meteorológicas devem ficar próximas da média histórica, levando a um aumento do consumo de energia. As informações foram divulgadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no primeiro dia do Programa Mensal da Operação (PMO) de novembro.
O ONS estima que a carga média do ano no Sistema Interligado Nacional (SIN) seja de 70.064 MW, em média, o que configura um crescimento de 0,8% em relação à carga de 2021. O volume é inferior ao projetado na última revisão quadrimestral da carga, que previa alta de 2,1% neste ano, mas é ligeiramente superior ao que tinha sido projetado no último PMO, de um crescimento de 0,5% na carga.
Em novembro, considerando a carga medida nos 21 primeiros dias, houve retração de 3,7% no consumo de energia no SIN, a 67.717 MW. Para dezembro, a previsão é de que a carga tenha crescimento de 1,2% na base anual, para 71.334 MW, abaixo do previsto no PMO do mês passado, que era de um crescimento de 2,6%.
Para janeiro de 2023, a previsão é de um crescimento de 3% na carga na comparação com o mesmo período deste ano, abaixo do previsto na última revisão quadrimestral, que apontava uma alta de 5,6%.
No principal submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste, a carga de novembro deve fechar em 38.490 MW, retração de 3,8% na comparação anual, refletindo as temperaturas mais amenas dos primeiros dias do mês. Para dezembro, como as projeções indicam a retomada das temperaturas quentes, em linha com a média histórica, a carga deve crescer 1,6%, chegando a 40.785 MW – acima da taxa de 0,2% que era projetada no mês passado.
Para 2022, a carga deve fechar com alta de 0,8%, a 40.211 MW, abaixo do que era previsto na última revisão quadrimestral, de uma alta de 1,9% neste ano.
No Sul, as temperaturas amenas também afetaram a carga, assim como as precipitações. A carga em novembro deve ficar 7,6% menor que a do mesmo período do ano passado, em 11.355 MW. Assim como no Sudeste, para dezembro, as previsões de carga foram revistas para cima, saindo de uma retração de 4,6% para uma queda de 2,8%, em 12.267 MW.
Em relação ao ano de 2022, a carga no Sul deve ficar em 12.089 MW, retração de 0,3%. Na ultima revisão quadrimestral, era esperado um crescimento de 2,2% neste ano.
No Nordeste, a carga continua com um comportamento diferente do previsto, tendência que teve início em agosto deste ano, por conta de chuvas fora de época na região. Em novembro, a carga deve ficar em 11.333 MW, queda de 5%. Para dezembro, a expectativa é de estabilidade, em 11.624 MW – cenário mais otimista que o do mês passado, que indicava uma queda de 0,5%.
Para 2022, a carga no Nordeste deve retrair 1,3%, a 11.309 MW. A revisão quadrimestral de agosto indicava estabilidade neste ano.
Já o menor submercado do país em termos de carga, o Norte, continua com um desempenho diferente do restante do país, devido à retomada do consumo de dois grandes consumidores conectados à rede baixa ao longo deste ano. Um dos consumidores retomou as operações no fim de julho, enquanto outro está retomando num ritmo mais gradual que o esperado.
A carga em novembro deve crescer 6,9%, a 6.599 MW. Para dezembro, a expectativa é de alta de 10,7%, a 6.658 MW, mesma previsão do PMO do mês passado, mas consideravelmente inferior à da últma revisão quadrimestral de carga, que indicava um crescimento de 20,5% em dezembro. Isso aconteceu por conta deste consumidor que está voltando em ritmo mais lento.
Para 2022, a previsão é de um crescimento de 4,6%, a 6.261 MW. A revisão quadrimestral de carga mais recente indicava um aumento de 7,4%, a 6.429 MW.