O Instituto Aço Brasil divulgou nesta segunda-feira, 14 de agosto, os dados do setor referentes a julho de 2023, que apontam queda na produção de 8,6% em relação ao mesmo período de 2022, com redução de 1,3% nas vendas internas. Foram produzidas 2,7 mil toneladas de produtos siderúrgicos, com vendas internas de 1,6 mil toneladas. O consumo aparente, entretanto, aumentou 1,4%, chegando a 1,9 mil toneladas.
“Chama a atenção o fato de, em um mês com queda nas vendas internas, o consumo aparente ter aumentado exclusivamente devido ao crescimento de 26,1% das importações no mês, que alcançaram 484 mil toneladas, o maior patamar mensal de importações de produtos siderúrgicos desde julho de 2021”, disse o superintendente de economia do Instituto Aço Brasil, Marcelo de Ávila, em análise da instituição, que calcula penetração de 19,2% das importações no mercado nacional.
Segundo Ávila, 56,4% das importações vieram da China, montante equivalente a 271 mil toneladas, maior volume registrado desde outubro de 2020. “O Aço Brasil vê com preocupação o movimento crescente das importações em um cenário de mercado mundial com excesso de capacidade de 564 milhões de toneladas”, disse o especialista.
A produção de laminados teve queda na produção de 9,5% e a de ferro-gusa caiu 5,3% em relação a julho de 2022. O único segmento que registrou aumento foi o de semiacabados para venda, com crescimento na produção de 16,7% em relação ao ano passado.
As vendas internas de laminados reduziram 5,3% no período e as de semiacabados caiu 4,2%. As exportações de laminados caíram 37,4%, mas as exportações de semiacabados aumentou 90,6% em relação a julho de 2022. Com isso, a taxa de exportação do setor cresceu 44,6% no ano.
Índice de confiança melhora, mas ainda é considerado ruim
O Instituto Aço Brasil também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço, pesquisa feita com os CEOs das empresas do setor integrantes da Instituição e que respondem por mais de 85% da produção brasileira de aço, segundo a instituição.
A pesquisa mostrou que a confiança do setor cresceu 0,5 ponto em agosto frente ao registrado em julho e atingiu 44,6 pontos. Entretanto, por ainda estar abaixo dos 50 pontos, o índice aponta que ainda há desconfiança dos CEOs em relação à economia brasileira. Este é o décimo mês seguido em que há desconfiança do mercado. O indicador se encontra 10,4 pontos abaixo da média histórica de 55,0 pontos.
Apesar disso, as perspectivas do empresariado são positivas. O índice de expectativas para os próximos seis meses cresceu 2,6 pontos frente ao apurado no mês anterior e atingiu 50,4 pontos. O indicador de expectativas sobre a economia brasileira aumentou 3,9 pontos, para 51,7 pontos.
As estatísticas mensais da indústria podem ser encontradas neste link e o Índice de Confiança da Indústria do Aço está disponível neste link.