O Brasil aumentou a renovabilidade da Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) de 78,1% para 87,9% entre 2021 e 2022. O percentual consta no Relatório Síntese do Boletim Energético Nacional (BEN), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta quarta-feira, 28 de junho.
A publicação anual apresenta os principais dados sobre a contabilização da oferta, transformação e consumo final de produtos energéticos no Brasil.
O cálculo considera, além do Sistema Interligado Nacional (SIN), os Sistemas Isolados e a autoprodução não-injetada na rede. Considerando apenas o SIN, a renovabilidade da OIEE em 2022 foi calculada em 92%.
No mundo, conforme dados de 2020 do boletim, o percentual de renováveis na oferta interna de energia foi de 26,6%. Considerando dados de 2021 dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que reúne 38 países membros, o percentual foi de 30,8% de renováveis.
Segundo a publicação da EPE, a variação positiva ocorreu devido ao aumento da oferta hidráulica no país, aliado à redução de 32,3% da geração termelétrica partir do gás natural, carvão e derivados de petróleo.
Ao apresentar os dados de geração na comparação entre 2021 e 2022, o boletim aponta o crescimento de 79,8% da geração solar, que saltou de 16.752 GWh para 30.126 GWh no período, além do crescimento de 17,7% da geração hidráulica (427.114 GWh) e de 12,9% da eólica (42.110 GWh).
Na comparação anual, a geração no país cresceu 3,2% em 2022, alcançando 677.173 GWh.
Consumo
O consumo final de eletricidade no país em 2022 cresceu 2,3%, com forte impacto dos setores comercial, que cresceu 6,8 TWh (+7,5%), seguido pelo setor industrial, que aumentou o seu consumo em 5,2 TWh (+2,4%) e o residencial, que cresceu 4,5 TWh (+3%).
O consumo final de etanol no país aumentou 1,6% em relação a 2021 atingindo cerca de 30,4 milhões de metros cúbicos em 2022. Já o de biodiesel diminuiu 6,5%
Considerando a Oferta Interna de Energia (OIE) no período, o percentual de renováveis passou de 45% em 2021 para 47,4% em 2022.
Emissões
Em 2022, o total de emissões de CO2 antrópicas associadas à matriz energética brasileira atingiu 423 milhões de toneladas de CO2 equivalente, uma redução de 5,1% em relação a 2021. O maior montante, 210 milhões de toneladas, veio do setor de transportes.
A projeção da EPE indica um crescimento de 2,6% das emissões de CO2 entre 2022 e 2030, alcançando 518 milhões de toneladas de CO2 equivalente.