Estudo da EPE

Transmissão no Nordeste tem margem para receber hidrogênio e data centers

Segundo EPE, há 8,35 GW em margem na transmissão da região, mas problemas em linhas de 230 kV que podem ser agravados com inserção de cargas maiores

Linha de transmissão / Crédito: Ricardo Botelho - MME
Linha de transmissão | Ricardo Botelho (MME)

A rede de transmissão do Nordeste já teria margem para receber até 8,35 GW em conexão de grandes projetos consumidores, como plantas de hidrogênio e data centers. Entretanto, há problemas em três linhas de transmissão de 230 kV, que podem se agravar a depender do ponto de conexão das cargas de grande porte.

A avaliação é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que divulgou nesta semana a primeira etapa da análise “Estudo prospectivo para inserção de cargas de hidrogênio na região Nordeste”. O estudo tem previsão de conclusão para outubro de 2025.

Os problemas nas linhas menores, localizadas entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, serão analisados em etapa posterior do estudo, que deve ser divulgada ainda em 2024. Mesmo assim, a EPE já identificou que tais problemas ainda não têm solução estrutural definida.

Desconsiderando estas linhas de 230 kV, a EPE entende que os 8,35 GW de margem no Nordeste já poderiam absorver o início do desenvolvimento de grandes projetos consumidores. No total, o Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu pedidos de acesso que somam 45,54 GW para 11 empreendimentos a serem instalados até 2038. Apesar de privilegiar os projetos de hidrogênio em sua análise, a EPE registra que as premissas são válidas para qualquer empreendimento com grande carga, como os data centers.

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O estudo considerou a rede existente e a planejada de transmissão para 2030, tendo como guia o Plano Decenal de Expansão (PDE) da EPE 2033. O cálculo sobre geração teve as mesmas premissas como base, complementado por projetos que tiveram contrato de uso do sistema de transmissão (Cust) assinado até dezembro de 2023.

Os pontos de conexão em 500 kV avaliados pelo estudo foram Parnaíba III, Pecém III, João Câmara III, João Pessoa II, Suape II, Messias, Porto Sergipe e Camaçari II, com base no histórico dos protocolos de acesso já registrados. Para os estados em que ainda não há solicitação de acesso, a EPE selecionou pontos de conexão considerando a capacidade da rede e a localização geográfica próxima à região costeira, já que boa parte dos projetos de hidrogênio é destinada à exportação.

As linhas de 230 kV que podem apresentar sobrecarga são 230 kV Açu III – Mossoró II C1 e C2, Lagoa Nova II – Paraíso C2, Campina Grande II – Paraíso C1 e C2.