O Eurostat, escritório estatístico da União Europeia, mostrou que o bloco de países apresentou uma queda de 8% no consumo de energia em 2020 em comparação com o valor observado em 2019, atingindo suas metas para o ano. Os dados são do novo relatório sobre o progresso da União Europeia com relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
De acordo com o documento, essa redução no consumo foi decorrente da pandemia de covid-19 e das consequentes restrições socioeconômicas impostas por ela, mas contribuiu para que a União Europeia atingisse suas metas de eficiência energética da década, ainda que essa seja uma redução temporária.
Além disso, a análise mostra que 22,1% de todo o consumo de energia do grupo em 2020 foi de fontes renováveis, o que representa o dobro do consumo de renováveis observado em 2005 (10,2%). Ainda que a importação de combustíveis fósseis seja responsável por mais da metade da demanda de energia da União Europeia (57,5% em 2020), o estudo mostra que as renováveis estão em expansão.
O consumo de energia proveniente de fontes renováveis variou bastante entre os estados-membros, o que, segundo o relatório, deve-se às grandes diferenças de disponibilidade de tais fontes e de apoio financeiro e regulatório de país para país. Com relação ao tipo de fonte, a hidrelétrica e as térmicas movidas a biocombustíveis tiveram destaque, ainda que tenha sido registrado um aumento também na geração de eólicas e solares.
Apesar do progresso geral do grupo econômico com relação às metas relacionadas a energia, cresceu o número de pessoas sem condições favoráveis de acesso ao produto. A análise mostra que, em 2020, cerca de 8,2% da população não pôde manter suas casas adequadamente aquecidas, comparado a 6,9% em 2019. Segundo o relatório, esse aumento foi resultado da pandemia de covid-19 e de uma mudança na metodologia alemã de acesso a essas informações.
Como os dados dizem respeito ao progresso feito até 2020, não foram considerados o aumento nos preços de energia em 2021, as dificuldades enfrentadas na cadeia de suprimentos e na logística de transporte e a alta nos preços das commodities, assim como não levam em conta as consequências do conflito no leste europeu deste ano, iniciado com a invasão da Rússia à Ucrânia, o que causou uma crise de energia na Europa e um aumento de preços geral no mercado mundial.