Os impactos do isolamento social por conta da pandemia do Covid-19 também apresentam reflexos na qualidade e quantidade das observações meteorológicas para a previsão do tempo. Segundo dados do Sistema de Observação Global da World Meteorological Organization (WMO), há diminuição de observação em diversos países. No Brasil, a queda no envio de dados é de 20%, nos Estados Unidos e países da Europa, o percentual de redução é 50% a 80% nas observações nas plataformas das aeronaves.
Essa diminuição acontece porque, dentre as ferramentas para coleta de dados para a previsão, estão os modelos que são alimentados pela observação de dados de satélites, boias oceânicas, sensores de aeronaves e navios, entre outros. Em alguns continentes, como a América do Sul e Europa, a redução de voos comerciais chega a 90%, com consequente queda nas medições em voo de temperatura do ar e velocidade e direção do vento em médios e altos níveis da atmosfera.
Para as observações de superfície, Rafael Padovani, analista setorial da MegaWhat, conta que a maioria dos países desenvolvidos possui processos automatizados. No entanto, em países em desenvolvimento como o Brasil, parte das observações ainda são feitas de forma convencional, com a ferramenta humana: os observadores.
Mas Padovani reforça que o impacto na perda de qualidade da previsão do tempo ainda é modesta. Isso porque, as observações remotas, realizadas por satélites meteorológicos, seguem sem problemas e mantém estabilidade no sistema de observações. Atualmente há cerca de 30 satélites meteorológicos e 200 com finalidades de pesquisa realizando constantes observações automatizadas da atmosfera.