Mercado energético

Covid-19 leva carga no SIN a patamar de 2016, diz EPE

Covid-19 leva carga no SIN a patamar de 2016, diz EPE

A adoção de medidas de isolamento social causada pela pandemia de covid-19 levou a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) a recuar quase 5% no primeiro semestre deste ano, em relação ao ano passado. De janeiro a junho de 2020, a carga ficou em 65,5 mil megawatts (MW) médios, praticamente em linha com a dos anos de 2015 e 2016, quando a carga foi de 65,4 mil MW médios, em meio a uma grave crise econômica.

Os dados fazem parte de amplo estudo lançado nesta quinta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e que aborda os efeitos da crise oriunda da pandemia de covid-19 para o país. Com relação ao consumo de energia, por exemplo, o volume observado no primeiro semestre, de 232 terawatts-hora (TWh) ficou 4,5% menor que o observado em igual período do ano passado.

“O primeiro semestre de 2020 foi marcado pela escalada da incerteza e por revisões contínuas nas projeções econômicas, sem perspectiva clara de qual será a profundidade e a duração das crises de saúde, social e econômica instaladas” destaca a estatal de estudos energéticos, no levantamento.

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A EPE ressalta ainda que a previsão do PIB para 2020 no início do ano era de uma alta de 2,3%. A última previsão, com base no boletim Focus, segundo a estatal, é de uma queda de 6,6%.

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O impacto da crise também pode ser observado no consumo do setor de transportes, que recuou de 6.707 toneladas equivalentes de petróleo (tep), em junho do ano passado, para 6.600 tep em igual mês deste ano, o que indica uma variação negativa de 10%. A queda na comparação anual chegou a 27% no mês de abril.

Entre os combustíveis, o consumo de gasolina “C”, vendida nos postos, foi de 2,722 bilhões de litros em junho, com queda de 8%, em relação a igual período do ano passado. A redução chegou a ser de 28% em abril e de 20% em maio.

Com relação ao etanol hidratado, a demanda em junho alcançou 1,446 bilhão de litros, com queda de 13% ante igual período anterior. Na mesma comparação, o consumo de gás natural veicular (GNV) recuou 34%, para 118 milhões de metros cúbicos.

As demandas de querosene de aviação e gasolina de aviação também recuaram 76% e 25%, respectivamente, em junho, ante igual mês do ano passado.

Já a demanda de diesel apresenta sinais de recuperação. Depois de cair 14% em abril e 9% em maio, o consumo do combustível em junho cresceu 1% ante igual mês do ano passado, totalizando 3,721 bilhões de litros. Na mesma comparação, a demanda de óleo combustível teve queda de 4%, para 68 milhões de litros, após ter crescido 1% em maio, ante igual mês de 2019.

Com relação à emissão de gases do efeito estufa, a EPE apurou uma queda de 19% no setor elétrico no primeiro semestre de 2020, ante o período de janeiro a junho de 2019, para 13 mil toneladas de CO2. Na mesma comparação, as emissões no setor de transportes recuaram 11%, para 83 mil toneladas de CO2.

“A covid-19 ocasionou redução das emissões em todo o mundo, entretanto espera-se que esse efeito seja temporário e sem consequências significativas no longo prazo. No Brasil o padrão de emissões de GEE do setor energético já atende aos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris, mesmo sem essa redução temporária de emissões”, completou a EPE.

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