Mercado energético

Demanda por energia se recupera em 2019

Demanda por energia se recupera em 2019

Atualizada às 9:33 de 27/12/2019 para correção da tabela, que mostrava os números da Copel duas vezes. O crescimento de consumo no mercado cativo foi de 1,13% (e não de 1,07%). No total, o aumento foi de 1,97% (e não 2,03).

A demanda por energia elétrica dos consumidores, que vinha patinando nos últimos anos, apresentou leve recuperação ao longo de 2019, segundo dados preliminares de distribuidoras reunidos pela MegaWhat

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Considerando as maiores concessionárias de energia do país, houve crescimento de 1,13% na energia distribuída no mercado cativo entre janeiro e setembro. O mercado total, que inclui os clientes livres, apresentou alta de 1,97% no mesmo intervalo.

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Cativo/2019 (em GWh) Cativo/2018 (em GWh) Variação Cativo+fio/2019 (em GWh) Cativo+fio/2018 (em GWh) Variação
Energisa 22.735,00  21.545,00 3,85% 26.727,10 25.658,90 4,16%
Copel 14.748,00  14.702,00 0,31% 22.665,00 22.031,00 2,88%
EDP 10.592,59 10.307,37 2,77% 19.115,48 18.635,83 2,57%
Enel SP 24.198,00 24.248,00 -0,21% 32.368,00 32.246,00 0,38%
CPFL 33.951,00 34.076,00 -0,37% 50.320,00 50.187,00 0,27%
Neoenergia 32.368,00 31.657,00 2,25% 43.417,00 41.871,00 3,69%
Equatorial 14.611,55 14.164,55 3,16% 16.248,54 16.056,34 1,20%
Cemig 19.081,22 18.853,39 1,21% 39.167,66 38.669,05 1,29%
Light 13.562,00 13.860.00 -2,15% 28.059,00 27.371,00 2,51%
TOTAL  185.487,36 183.413,31 1,13% 278.087,78 272.725,12 1,97%

OBS: Consumo até setembro

Fonte: Empresas

Os números se aproximam do consumo de energia calculado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para todo o país. Entre janeiro e setembro, a estatal apontou alta de 1,1% no consumo de energia no Brasil, para 354,429 GWh.

Dados preliminares divulgados depois de setembro confirmam a tendência de alta. A resenha mensal da EPE referente à outubro mostrou crescimento de 1,6% no consumo de energia no Brasil, para 40.959 GWh. No acumulado nos 10 primeiros meses do ano, a estatal mostrou alta de 1,1% no consumo de energia, para 399.263 GWh.

Entre as distribuidoras de energia do país, apenas a Energisa publica dados mensais prévios sobre o consumo. Em outubro, a energia distribuída pelas suas concessionárias no mercado cativo subiu 2,1%, para 2.621 GWh. Considerando também o mercado livre, a ala foi de 2,7%, para 3.147 GWh.

Em novembro, as vendas de energia da Energisa seguiram em alta. No mercado cativo, houve aumento de 2,8%, para 2.621 GWh. O mercado total, incluindo livre, subiu 3,3%, para 3.132 GWh. Com isso, o acumulado em 11 meses já chega a uma alta de 3,6% no cativo e 3,9% considerando livre.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também já divulgou dados preliminares de consumo em outubro, que indicaram alta de 2,9% no ambiente de contratação regulada (ACR) na comparação anual. No ambiente de contratação livre (ACL), o crescimento no período foi de 3,7%, movimento ainda impactado pela migração de consumidores especiais para o mercado livre. Excluindo esse efeito, o ACR teria alta de 5% em outubro, e o ACL teria queda de 1,9% – o que indica que o consumo industrial ainda não foi retomado.

Recuperação da demanda X indústria em baixa

A recuperação na demanda por energia é uma boa notícia, mas o consumidor residencial ainda é o principal responsável pelo feito, refletindo, principalmente, as temperaturas elevadas registradas neste ano. No caso da Energisa, por exemplo, que atua em regiões agrícolas, como o Centro-Oeste, o consumo rural também teve grande contribuição, por conta do uso de energia para irrigação mecânica, devido ao menor volume de chuvas.

Segundo os dados da EPE, o consumo residencial de energia acumula alta de 2,8% no ano até outubro, para 117.376 GWh. O consumo industrial, por sua vez, apresenta queda de 1,6%, para 139,403 GWh. Em outubro, foi registrada a quarta queda consecutiva de energia nesse segmento, refletindo a menor atividade nos segmentos químico e extrativo de minerais metálicos. 

No setor químico, foi a oitava queda consecutiva, com destaque para Sergipe (-95%), onde uma unidade de fertilizantes está paralisada, e Alagoas (-81,3%), onde plantas de soda-cloro e diclorometano estão operando com restrições por conta, principalmente, de problemas da Braskem com a extração de sal-gema.

A EPE destacou ainda que a ociosidade do parque produtivo continuou elevada em outubro, e índices que medem a confiança da indústria permanecem em baixa, “o que pode sugerir o prosseguimento de uma certa cautela dos negócios.”

Mesmo considerando as migrações para o mercado livre, o consumo nesses dois segmentos da indústria (extração de minerais metálicos e indústria química) apresentou queda no mercado livre em outubro, segundo a CCEE. 

Considerando as migrações, o consumo de energia na indústria química no mercado livre caiu 8,1% em outubro. Sem esse efeito, a queda teria sido de 12,2%. No caso do segmento de extração de minerais metálicos, a queda foi de 9,3%, mas seria de 10,6% sem os novos clientes no mercado livre.

No lado positivo, aparecem os segmentos de bebidas e alimentos como as maiores altas de consumo no mercado livre. Segundo a CCEE, expurgando o efeito da migração, o setor de bebidas acumula alta de 6% no ano até outubro, enquanto o setor de alimentos soma crescimento de 3,5%.

Matéria atualizada às 9:33 de 27/12/2019 para correção da tabela, que mostrava os números da Copel duas vezes. O crescimento de consumo no mercado cativo foi de 1,13% (e não de 1,07%). No total, o aumento foi de 1,97% (e não 2,03).

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