O crescente uso de óleo para geração de energia elétrica está aumentando a demanda do setor, afirma novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Pelas estimativas da agência, a demanda global ainda deve crescer 2,1 milhões de barris/dia em 2022, atingindo cerca de 99,7 milhões de barris/dia ao final do ano.
Com relação aos estoques e fornecimento mundiais, o mercado global atingiu um pico de 100,5 milhões de barris/dia em julho. A Opep+ aumentou sua produção total de petróleo em 530 mil barris/dia, alinhando-se a metas maiores, enquanto países fora da organização ampliaram a produção em 870 mil barris/dia. Segundo a IEA, o fornecimento mundial de petróleo ainda deve crescer mais 1 milhão de barris/dia até o final deste ano.
Devido às novas sanções impostas à Rússia, as exportações do país tiveram queda de 115 mil barris/dia em julho, passando de 8 bilhões de barris/dia no início do ano para 7,4 milhões de barris/dia. Da mesma forma, os fluxos de óleo para os Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Japão e Corea foram reduzidos de cerca de 2,2 milhões de barris/dia desde o início da guerra na Ucrânia, dos quais dois terços foram redirecionados a outros mercados.
Sobre os preços, a análise aponta que “o aumento da oferta de petróleo e as crescentes preocupações com perspectivas econômicas reduziram os preços em cerca de US$ 30/barril em relação aos preços de junho. Para os preços dos produtos e as margens das refinarias, a queda foi ainda mais acentuada à medida que um forte aumento na atividade das refinarias colidiu com a fraca demanda impulsionada pelo verão no hemisfério norte”.
Para a IEA, a liberação dos estoques de emergência tem funcionado como forma de alívio, sobretudo, ao mercado europeu, mas com os crescentes riscos de interrupção na oferta, como a diminuição na produção de petróleo anunciada pela Opep+ no início do mês, não é possível descartar uma nova alta de preços.