Mercado energético

Fitch prevê aumento de 2% no faturamento de distribuidoras de gás e evolução do mercado aberto

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings prevê que em 2024 as distribuidoras devem ter crescimento de 2% no volume de gás faturado, após redução de 3% projetada para 2023 por conta da menor demanda de clientes industriais. A análise da Fitch considera as companhias Comgás (São Paulo), Bahiagás (Bahia), Gasmig (Minas Gerais), Copergás (Pernambuco) e PBGás (Paraíba), que estão dentro da sua cobertura.

Fitch prevê aumento de 2% no faturamento de distribuidoras de gás e evolução do mercado aberto

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings prevê que em 2024 as distribuidoras devem ter crescimento de 2% no volume de gás faturado, após redução de 3% projetada para 2023 por conta da menor demanda de clientes industriais. A análise da Fitch considera as companhias Comgás (São Paulo), Bahiagás (Bahia), Gasmig (Minas Gerais), Copergás (Pernambuco) e PBGás (Paraíba), que estão dentro da sua cobertura.

O aumento na receita se deve ao crescimento da infraestrutura de distribuição, com aumento no número de clientes residenciais e comerciais, que têm maior rentabilidade. Outro fator importante é a própria regulação do setor, com operações sob monopólio amparadas por contratos de concessão de longo prazo.

Outra vantagem são as cláusulas de pass-through, que determinam que as distribuidoras devem atuar apenas na distribuição do gás, eliminando a possibilidade de ganhos ou perdas relacionados à compra da molécula. Assim, o custo de eventuais contratos de fornecimento desvantajosos é repassado nas tarifas, o que descarta o prejuízo para as distribuidoras, mas reduz a competitividade do gás diante de outras fontes de energia.

A demanda moderadamente volátil complementa o cenário positivo para as empresas. Na avaliação da agência, não deve haver migração relevante de consumidores cativos para o mercado livre, ainda que esta movimentação tenha impacto reduzido na geração de caixa já que o custo de distribuição continua existindo para consumidores livres. A Fitch prevê um “aumento adequado” da margem de contribuição (parcela da tarifa que remunera a distribuidora), em linha com as estimativas de inflação de 4 %.

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É esperado um investimento de R$ 2,4 bilhões no crescimento das redes de distribuição das companhias avaliadas. Embora não haja grandes riscos em relação à capacidade de realização dos investimentos planejados, as empresas devem estar atentas à competitividade do gás ao repassar os investimentos na tarifa.

Outro desafio relacionado à competitividade da tarifa está na carteira de supridores e na flexibilidade dos contratos, de forma a otimizar custo e condições de oferta de gás aos seus clientes. A Fitch avalia que o mercado de gás deve continuar seu processo de abertura, com aumento no número de fornecedores e da concorrência no setor. Ainda que as distribuidoras não sofram perdas na compra do gás, o valor deve ser repassado na tarifa, e contratações pouco vantajosas tendem a aumentar os custos para os clientes.

Avaliações das companhias

Na avaliação da Fitch, a Comgás tem boa resiliência por conta da diversificação da carteira no segmento de clientes industriais, que abrange diversos setores da economia.

Já a elevada concentração da PBGÁS em cinco clientes, particularmente do setor ceramista, expõe a distribuidora à performance desses consumidores. As cláusulas de take or pay, que determinam o pagamento mesmo que o gás não seja usado, atenuam este risco.

Da mesma forma, a FitchRatings avalia que Gasmig, Copergás e Bahiagás também podem ter desempenho mais volátil devido à concentração de suas carteiras em clientes industriais em setores específicos (siderurgia e mineração, químico e petroquímico, respectivamente).