Mercado energético

Golar Power prepara novo terminal de GNL no Sul do país

Golar Power prepara novo terminal de GNL no Sul do país

Os leilões de geração voltados para a fonte termelétrica que serão realizados neste ano podem ajudar a Golar Power a viabilizar mais um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) no país, desta vez em Santa Catarina, disse Celso Silva, vice-presidente da companhia no Brasil. A ideia é aproveitar o trecho da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) no Sul do país para ampliar a oferta de gás natural na região, atendendo também as distribuidoras locais da commodity.

A Golar Power Latam é uma joint venture entre a norueguesa Golar LNG e o fundo Stonepeak Infrastructure Partners, voltada ao desenvolvimento de projetos integrados de terminais de GNL e termelétricas. Hoje, a companhia já opera um terminal de GNL no Sergipe, onde também é sócia da termelétrica Porto do Sergipe, de 1.551 MW de potência. A usina, que fica em Barra dos Coqueiros, atualmente está em período de testes, e deve entrar em operação comercial em fevereiro deste ano. A Golar Power tem 50% do projeto, e a outra metade pertence ao grupo pernambucano EBrasil.

Além disso, está construindo um terminal em Barcarena (PA), a fim de abastecer uma termelétrica de 605 MW que deve entrar em operação em 2025. Esse será o primeiro terminal de GNL do Pará.

A depender de contratos de longo prazo que o viabilizem, a Golar Power também prepara a construção de um terceiro terminal de GNL no país, o Terminal Gás Sul (TGS). O projeto, que já foi todo licenciado, ficará na Baía Babitonga, na região do Sumidouro, a 300 quilômetros da costa de Santa Catarina.

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“Temos a expectativa de que os consumidores possam se interessar em utilizar essa porta de entrada para poder comercializar gás na região Sul através do TBG”, disse Silva, à MegaWhat. Esses consumidores seriam as distribuidoras de gás do Sul, como a estatal gaúcha Sulgás e a estatal paranaense Compagas.

Para que o terminal seja viabilizado, contudo, ele precisa de um contrato de longo prazo, o que deve ser possível se alguma termelétrica da região sair vitoriosa dos leilões previstos para esse ano. A termelétrica Araucária, da Copel, por exemplo, deve disputar os leilões de energia existente A-4 e A-5 do fim de abril. 

Além de usinas de terceiros, a Golar Power também pode investir em novas termelétricas, como aconteceu no Sergipe e no Pará. “Temos participado de todos os leilões desde 2016”, disse Silva. Segundo ele, com certeza, a companhia continuará participando dos certames.

A maior oferta de termelétricas para esses leilões, contudo, está concentrada no Sudeste, região na qual a Golar Power não tem projetos competitivos. Segundo Silva, há uma restrição geográfica natural para terminais de GNL na costa do Sudeste, e as regiões favoráveis já têm obras ou terminais prontos. Além disso, há a competição com o gás natural do pré-sal.

“Fizemos a escolha pelo Sul pois, além de ser um local adequado para a operação do navio, estaremos agregando capacidade adicional ao gás que vem da Bolívia, o que, em tese, só poderia ser feito com a expansão do gasoduto, que custaria mais cara que o terminal”, explicou o executivo.

Quando a Golar Power se estabeleceu no Brasil, em 2015, não havia a previsão de abertura do mercado de gás e saída da Petrobras. “Mas vemos isso com muito otimismo, certamente vai fazer com que empresas decidam investir no Brasil”, afirmou. “Teremos muito trabalho em 2020 para destravar o mercado. Mas, pelo menos o que escutamos é que o governo também tem a intenção de tornar o mercado mais dinâmico”, completou.

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