Executivos enxergam no hidrogênio, sobretudo no hidrogênio verde, uma grande oportunidade para que o Brasil tenha um papel de destaque na descarbonização da produção de energia e da economia mundial. Para tal, é necessário que as empresas se empenhem na transição energética e que seja desenvolvida uma política de Estado que transcenda seus governos. O assunto foi discutido no Congresso Mercado Global de Carbono nesta quinta-feira, 19 de maio.
Para Marcus Silva, da Air Product, a parceria no que diz respeito à capacidade tecnológica também é fundamental, pois nenhuma empresa detém todo o ciclo de produção e toda a tecnologia necessária para o desenvolvimento do hidrogênio.
Além disso, outra questão importante relacionada ao papel do hidrogênio no Brasil é a questão de investimentos, pois, segundo Silva, “o processo de criar toda a infraestrutura para o hidrogênio verde vai demandar investimentos altíssimos”.
É justamente por conta desta questão que o executivo acredita que seja necessário assegurar uma segurança fiscal, regulatória e jurídica para a produção de hidrogênio, tendo em vista que a situação fiscal no país não permite grandes investimentos para a infraestrutura visando o hidrogênio verde.
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Sandra Barba, da área de Desenvolvimento BD Brasil da Enel Green Power, afirmou que o país tem potencial para que o hidrogênio verde também impulsione as renováveis, mas ressaltou que é necessária uma baixa nos custos das tecnologias e na produção dessa fonte.
A executiva também afirmou que, levando em conta os gargalos do hidrogênio verde, a melhor estratégia é produzir a fonte com foco na indústria local, citando o exemplo da indústria de fertilizantes.
“Uma parte do hidrogênio deve ser utilizado localmente, de preferência perto de sua produção. O Brasil poderia se aproveitar de elos de uma cadeia produtiva maior, então é preciso estar próximo de um porto, principalmente se ele tem um complexo industrial”, concorda Silva.
