Mercado energético

Lucro da Cemig cai pela metade com efeitos não recorrentes; empresa muda diretoria

A estatal mineira Cemig terminou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 497,5 milhões, queda de 50,36% ante o resultado do mesmo intervalo de 2018. 

O resultado foi pressionado, principalmente, por despesas não recorrentes na Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT). Além disso, o resultado do ano anterior tinha sido afetado por receitas extraordinárias. 

A Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) sofreu despesas não recorrentes devido à desativação da termelétrica Igarapé (R$ 71,7 milhões), pelo acordo de contingência na Aliança, que tem como sócias Cemig e Vale (R$ 32 milhões), e pela baixa contábil da Central Eólica Volta do Rio (R$ 21,6 milhões).

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Nos três últimos meses de 2018, ppor sua vez, a companhia havia registrado ganhos extraordinários que impulsionaram o resultado como uma receita de R$ 199,1 milhões com variação cambial por conta dos Eurobonds e os ganhos de R$ 570 milhões decorrentes da operação de hedge. Houve ainda a receita bruta de R$ 378,3 milhões com a venda de ativos de telecom.

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No quarto trimestre do ano passado, a Cemig D teve lucro de R$ 392,7 milhões, alta de 108% na base anual. A Cemig GT, por sua vez, teve queda de 92,6% no resultado líquido, para o lucro de R$ 43,3 milhões.

A receita líquida subiu 16,77% no período, para R$ 6,4 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 993,3 milhões, ligeira alta de 0,48%.

O resultado do trimestre também foi afetado pela variação cambial. O resultado financeiro veio negativo em R$ 212,9 milhões, contra a receita financeira líquida de R$ 668,8 milhões do mesmo intervalo de 2018.

A companhia teve um resultado negativo com operação de hedge vinculada aos eurobonds da ordem de R$ 101,3 milhões no quarto trimestre de 2019. Além disso, houve despesa financeira negativa vinculada aos empréstimos em moeda estrangeira no montante de R$ 203,3 milhões.

Mudanças na diretoria

A Cemig comunicou ontem também o desligamento dos diretores Daniel Faria Costa, da diretoria da Cemigpar, Maurício Fernandes Leonardo Júnior, diretor de finanças e relações com investidores, e Luciano de Araújo Ferraz, diretor de regulação e jurídico. As decisões foram tomadas pelo conselho de administração.

Costa e Leonardo estavam na companhia desde março de 2018, originários do Banco do Brasil, e tiveram papel importante na recuperação financeira da companhia vista nos últimos anos, com redução do custo das dívidas e vendas de ativos, inclusive do controle da Light. Ferraz teve duas passagens na companhia, uma entre julho de 2017 e junho de 2018, e a segunda a partir de março de 2019. 

O conselho também aprovou novos nomes. O superintendente de controladoria da companhia, Leonardo George de Magalhães, foi nomeado diretor de finanças e relações com investidores. Eduardo Soares, advogado até então sócio do escritório Lefosse, foi nomeado diretor de regulação e jurídico. Para o comando da Cemigpar, foi nomeado Rafael Noda, que era diretor de relações institucionais da Cteep – antiga casa do presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi.

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