Carvão

Mercado brasileiro de créditos de carbono atrai interesse internacional na COP 27

A delegação brasileira iniciou sua participação na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27) na última terça-feira, 8 de novembro, com painel sobre a integração do Brasil no mercado global de carbono. Tema relevante para a conferência, o painel contou com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente do Japão.

Close up of crystal globe resting on grass in a forest – environment concept
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A delegação brasileira iniciou sua participação na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27) na última terça-feira, 8 de novembro, com painel sobre a integração do Brasil no mercado global de carbono. Tema relevante para a conferência, o painel contou com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente do Japão.

A discussão foi apresentada pelo secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcelo Freire, que destacou a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no desenvolvimento e fortalecimento do mercado de créditos de carbono no Brasil, principalmente com a realização, em maio e agosto deste ano, de duas chamadas para aquisição de créditos de carbono no mercado voluntário.

Para Maiko Uga, representante do MMA do Japão, esta é uma questão de relevância global para o atingimento das metas climáticas. “Temos que acelerar as ações. Quando pensamos em 2030, pode parecer que está distante, mas não está. Existem muitos países interessados no mercado de carbono e o Japão é um deles. Estamos muito animados em nos juntar ao Brasil neste mercado internacional de créditos de carbono”, disse Uga.

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Ao longo da COP 27, que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm El-Sheikh, no Egito, o Brasil também realizará debates e painéis sobre temas como descarbonização no setor de energia, transição energética, fontes renováveis, hidrogênio, potencial nacional das eólicas offshore, perspectivas para a bioenergia no país, entre outros.

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Além da delegação do atual governo de Jair Bolsonaro (PL), o país também contará com representação de membros da equipe do presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá o cargo de presidente da República em janeiro de 2023 e estará presente na conferência climática da ONU.

Transição energética no Sul Global

O enviado especial da ONU para Ambições e Soluções Climáticas, Michael Bloomberg, anunciou durante a COP 27 uma estratégia da Bloomberg Philanthropies – organização sem fins lucrativos criada pelo executivo em 2006 – para acelerar a transição energética global por meio de políticas públicas voltadas aos países do Sul Global e de mobilização de capital para o desenvolvimento de energias renováveis nessa região.

A estratégia contará com a parceria da Glasgow Finance Alliance for Net Zero (GFANZ), uma coalizão global de instituições financeiras para acelerar a descarbonização das economias. Segundo Bloomberg, a parceria busca mobilizar o fluxo de capital privado para projetos de transição energética em países emergentes ou em desenvolvimento.

“Para atingir zero emissões até meados do século, precisamos mobilizar uma quantidade significativa de capital privado para energia limpa e aposentadoria acelerada e responsável do carvão”, disse Mark Carney, copresidente da GFANZ e enviado especial da ONU para Ação Climática e Finanças. “Esta parceria pode ajudar a desbloquear o financiamento na escala necessária para apoiar as transições energéticas de mercados emergentes e economias em desenvolvimento”.

Bloomberg também falou sobre o seu compromisso de descarbonizar as economias emergentes e em desenvolvimento por meio de ações conjuntas com os governos de países como Brasil, Colômbia, México, Egito, Nigéria, Filipinas, África do Sul, Turquia e Marrocos.

“Ajudamos a fechar mais de dois terços das usinas de carvão nos Estados Unidos e aposentar mais da metade na Europa. Temos que fazer progressos como este em todo o mundo. Fazer isso e superar os obstáculos que impedem o investimento requer a colaboração de governos, empresas e entidades filantrópicas”, afirmou Bloomberg.

As ações em colaboração com governos nacionais e locais terão como foco a implementação de planos de transição energética nos países, expandindo suas capacidades técnicas e acompanhando o progresso das economias e projetos por meio do acesso a dados sobre transição renovável e acompanhamento dos países.

Participação do ONS na COP 27

Entre os dias 11 e 18 de novembro, uma comitiva do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) formada por quatro executivos participará da COP27. Esta é a primeira participação da entidade em uma conferência global do clima, e o objetivo é contribuir com questões relativas à transição energética do ponto de vista da gestão do Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Esta será a primeira vez que o Operador participará da COP de forma ativa. O evento é importante para ouvirmos o que está acontecendo no mundo em relação à descarbonização, transição energética e sustentabilidade, agendas que são compromissos do ONS”, afirma Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

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