O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê uma redução de 1,6% da carga mensal de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) em setembro, em relação a igual mês de 2019, para 65.726 megawatts (MW) médios.
Dos quatro subsistemas do país, a maior retração prevista é a do Sudeste/Centro-Oeste, com estimativa de queda de 2,8%, para 38.322 MW médios, seguido do Nordeste, com queda de 1,2% e 10.563 MW médios.
Já os subsistemas Norte e Sul ainda se mantêm com um cenário mais otimista. No primeiro, segundo o ONS, a carga deve ter um incremento de 1,6%, com 5.838 MW médios e no segundo, a previsão é de que o crescimento seja de 0,6%, com 11.003 MW médios.
Para o diretor presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, a queda da carga prevista para setembro não significa uma interrupção da retomada. Segundo ele, a projeção da carga em setembro é superior a de agosto. Ocorre que a base de comparação anual (setembro de 2019) foi maior, devido ao fim do inverno e início da primavera, período com aumento do uso de ar condicionado, destacou o especialista.
“A retomada já é uma realidade, mas será lenta. O consumo de energia vai demorar a atingir os patamares estimados para 2019 e 2020 antes da incidência da covid-19”, afirmou Faria, em nota.
Segundo o executivo, o maior fator de preocupação é que foram as previsões antigas que nortearam os leilões de compra de energia para este ano e o próximo, o que indica uma continuidade na sobrecontratação de energia. Para ele, o custo dessa sobra de energia pode cair sobre o consumidor.