Mercado energético

Para Perfin, pandemia não abalou interesse de investidores em energia

Financial Business man Accounting Calculating Cost Economic budget investment and saving concept
Financial Business man Accounting Calculating Cost Economic budget investment and saving concept

A crise provocada pela pandemia do covid-19 causou um baque na economia brasileira, mas os investimentos em infraestrutura continuam atrativos diante do cenário de taxas de juros baixíssimas e uma busca por retornos maiores. A gestora de private equity Perfin está concluindo a captação de um fundo de R$ 1,2 bilhão voltado justamente para investimentos em energia, e não encontrou dificuldades para convencer o mercado.

“O setor de energia, dentro da agenda de infraestrutura, é muito atrativo pela previsibilidade, por ter um marco regulatório sólido e pela natureza do negócio, que presta serviços essenciais em geração, transmissão, distribuição e suas adjacências”, disse Ralph Rosenberg, sócio-fundador da Perfin, em entrevista à MegaWhat.

Os produtos financeiros tradicionais da renda fixa estão com rentabilidade comprometida, diante da taxa básica de juros na mínima histórica, incentivando a busca de alternativas pelos investidores. Segundo Rosenberg, os ativos de energia oferecem retornos maiores, com riscos ainda bastante controlados, devido à natureza própria do segmento.

“Essa classe de ativos tem prêmio maior que o mercado de renda fixa, tem liquidez porque é negociada em bolsa, e ao mesmo tempo não tem volatilidade muito grande, dada à previsibilidade de caixa. é um dos melhores veículos para um poupador que não queira volatilidade”, disse o gestor.

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Outra vantagem é que os ativos de energia se enquadram muito bem dentro de investimentos voltados para ESG, sigla em inglês para meio ambiente, social e governança. “Temos a geração renovável e mesmo a transmissão tem o sentido de escoar a energia renovável”, explicou Rosenberg.

“Nós não investimentos em não renováveis, e se você for olhar nossas linhas de transmissão, a maioria delas escoa energia renovável gerada no Norte e no Nordeste”, disse. Uma das linhas de transmissão construída em parceria com a Alupar, inclusive, emitiu um green bond recentemente.

A gestora é velha conhecida do mercado de energia, com grandes investimentos em transmissão de energia, por meio de uma parceria com a Alupar, e em geração renovável, por meio de uma parceria com a Casa dos Ventos e também pela Mori Energia, veículo de geração solar distribuída.

No início do ano, a Perfin estreou a negociação de cotas de um fundo de investimento em infraestrutura voltado para geração e transmissão de energia, que levantou R$ 1 bilhão e teve a taxa de retorno estimada em IPCA mais 5,75% ao ano. 

Agora, está concluindo a captação de outro fundo, de R$ 1,2 bilhão, que vai investir em projetos greenfield de transmissão, geração centralizada, eficiência energética e, potencialmente, saneamento. Na área de eficiência energética, entra um novo parceiro: a Comerc Esco, braço de soluções de eficiência da Comerc Energia.

“Em geração centralizada, olhamos eólica e solar. Em transmissão, haverá um leilão, mas estamos um pouco céticos quanto ao seu potencial, e o mercado secundário não tem bons projetos para nós. Saneamento é que vai ter um pipeline quase infinito que está começando a ser destravado agora”, disse Rosenberg. A expectativa da gestora é começar a aportar o capital no final do ano.

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