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PLD teria sido R$ 150/MWh mais alto em novembro com Newave Híbrido

Newave Híbrido teria elevado o PLD de novembro e reduzido encargos pagos por consumidores, segundo relatório da CCEE.
Newave Híbrido teria elevado o PLD de novembro e reduzido encargos pagos por consumidores, segundo relatório da CCEE. | Foto: Unsplash

O Newave Híbrido, que entrou em vigência em 1º de janeiro, teria reduzido o valor pago pelos consumidores em Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e o Encargo de Energia de Reserva (EER) se já estivesse em uso em novembro, pois o PLD ficaria mais elevado e próximo do custo real de acionamento de usinas necessárias para atendimento da carga.

A conclusão é do relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) baseado na operação sombra do Newave Híbrido de novembro do ano passado. O PLD médio no Sudeste/Centro-Oeste naquele mês foi de R$ 103,51/MWh, enquanto o cálculo feito usando o Newave Híbrido chegou a um PLD médio de R$ 258,23/MWh no maior submercado do país. A diferença foi parecida nos demais submercados, de cerca de R$ 150/MWh.

Período sombra do Newave Híbrido

Após rodadas em período sombra entre agosto e dezembro de 2024, o Newave Híbrido entrou em vigência em janeiro de 2025. A decisão pela sua implementação foi tomada em julho do ano passado pela Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (Cpamp).

O Newave é um modelo de otimização estocástica usado no planejamento da operação de longo prazo, em até cinco anos. Desde sua implementação, representava as hidrelétricas do país em reservatórios equivalentes, agrupando as usinas numa mesma bacia hidrográfica ou região.

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No Newave Híbrido, as usinas hidrelétricas do sistema passam a ser representadas de forma individualizada no modelo. A última decisão da Cpamp antes da sua extinção teve a finalidade de aprimorar a precisão dos modelos de formação de preço, aproximando o PLD do custo da operação.

O resultado da operação sombra de novembro reforça essa expectativa, já que o PLD médio mais alto reduz encargos ao diminuir o despacho de termelétricas com custo acima do preço.

Alívio nos encargos

Na contabilização oficial de novembro, restaram R$ 11,7 milhões para alívio do pagamento de ESS pelos consumidores, enquanto na contabilização sombra o excedente foi de R$ 54,8 milhões.

A conta a ser paga com ESS também ficaria menor, já que usinas antes remuneradas por ESS passaram a ser remuneradas pelo PLD, pois seu custo de acionamento ficou dentro da ordem de mérito.

Considerando o recurso de excedente financeiro, o montante pago pelos consumidores como ESS ficou R$ 174 milhões menor na contabilização sombra, num total de R$ 188 milhões.

Também haveria redução no Encargo de Energia de Reserva, já que com o PLD mais alto houve um aumento do resultado financeiro apurado na Conta de Energia de Reserva (Coner). O recurso alocado na conta subiu de R$ 233,7 milhões na contabilização oficial para R$ 579,1 milhões.

Piora no GSF

O aumento do PLD, por sua vez, aumenta o débito assumido pelos consumidores com o risco hidrológico referente à hidrelétrica de Itaipu, das usinas participantes do regime de cotas e daquelas que aderiram à repactuação do GSF no mercado regulado.

Na contabilização oficial, os consumidores assumiram, por meio das distribuidoras, R$ 282,5 milhões em novembro em custos do GSF. Na contabilização sombra, o débito sobe para R$ 737,5 milhões.

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