
Pela primeira vez desde 2020, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai realizar a reunião do PMO Mensal da Operação (PMO) no formato híbrido, com encontro presencial no auditório do Rio de Janeiro e transmissão ao vivo.
A edição especial será do PMO de julho, que acontece nos dias 26 e 27 de junho.
Segundo o ONS, o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, irá participar do encontro, assim como o diretor de Operação, Christiano Vieira, e o diretor de Planejamento, Alexandre Zucarato.
O PMO é elaborado pelo ONS e tem a reunião principal realizada sempre nas últimas quinta e sexta-feira de cada mês, com atualizações a cada semana.
É ali que o operador define as estratégias da operação da energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), incluindo como as fontes de energia e as interconexões entre os submercados serão considerados nos modelos. Esses insumos também são usados na formação de preço de energia no mercado de curto prazo, o PLD.
Os modelos de formação de preço e operação do sistema tem sido muito questionados por agentes, que identificam problemas de convergência, agravados desde que novos critérios de aversão ao risco passaram a ser considerados, desde janeiro deste ano. O ONS e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), porém, recomendaram, em nota técnica enviada ao Ministério de Minas e Energia (MME), que os critérios sejam mantidos em 2026.
Primeira vez desde 2020
Essa será a primeira vez que o ONS receberá os agentes para o PMO desde 2020, quando o PMO passou a ser realizado apenas de forma virtual, por causa da pandemia de covid-19.
As reuniões historicamente eram apenas presenciais, e passaram a contar com tramissão online em 2016, com o intuito de aumentar a transparência do processo.
Recentemente, os agentes passaram a usar o espaço de perguntas do PMO para solicitar que os encontros voltem a ser presenciais, em meio aos problemas com os modelos da operação.
Problemas no PMO de junho
O último PMO, realizado nos dias 29 e 30 de maio, foi marcado por queixas dos agentes diante do “comportamento inesperado” dos resultados da rodada preliminar do Newave, por conta da representação individualizada da hidrelétrica Canastra, de 45 MW, que gerou uma elevação atípica do Custo Marginal da Operação (PMO).
Os resultados atípicos foram reportados por agentes, que notaram uma alta significativa nos preços de curto prazo com base nos dados disponibilizados pelo ONS no deck preliminar do PMO de junho.
Segundo o ONS, por conta dos problemas, decidiu manter a usina Canastra como não-simulada individualizadamente, até que o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) conclua uma análise detalhada da questão.
O Cepel é responsável pelo desenvolvimento e manutenção dos modelos computacionais utilizados no planejamento e operação do sistema elétrico brasileiro.