(Com Camila Maia)
A primeira-ministra britânica, Liz Truss, anunciou um congelamento das contas de luz em 2,5 mil libras por ano, para os próximos dois anos. A medida, chamada de “Garantia de Preço de Energia”, terá início no dia 1º de outubro deste ano e pretende gerar uma economia de cerca de mil libras ao ano para uma família típica britânica. As empresas fornecedoras de energia serão totalmente compensadas pelos custos da nova medida, que será somada ao esquema de apoio lançado durante o mandato de Boris Johnson, o qual concedeu um desconto de 400 libras por ano contas de luz da população.
Essa intervenção vai ser financiada pelo governo, que está, paralelamente, tomando medidas para reduzir os custos relacionados ao longo do tempo, incluindo a constituição de uma força-tarefa para negociar contratos de longo prazo de energia, com a intenção de reduzir os preços pagos aos geradores, além de um acordo com o Bank of England (BoE, banco central do país) para criar um fundo que vai injetar liquidez nos mercados de energia e gás de varejo britânicos.
Da economia anual de mil libras prevista, o valor de 150 libras será reduzido pela suspensão temporária da cobrança de taxas “verdes”, como são chamados custos pagos pelos consumidores britânicos na conta de luz para subsidiar projetos de geração renovável. Esses custos serão transferidos ao Tesouro, e não serão pagos pelos consumidores nesse período.
Os consumidores não residenciais, como comércios e prestadores de serviço, que não tenham contratos com preço fixo para o insumo terão direito a um plano de seis meses com apoio semelhante ao lançado hoje. Após este período, o governo focará o apoio nas indústrias mais vulneráveis.
“Aprendendo com os erros do passado, o governo está agindo de forma a acelerar o fornecimento energético nacional, aumentar nossa resiliência energética e atingir a nossa ambição de transformar o Reino Unido em um exportador de energia até 2040”, afirma o comunicado oficial do governo britânico.
Como medidas adicionais, o governo lançará uma nova rodada de licenciamento para óleo e gás, com a expectativa de mais de 100 novas licenças, e acabará com a moratória sobre a produção de gás de xisto por meio de fracking no Reino Unido. Essas medidas serão acompanhadas de reformas estruturais e regulatórias no mercado energético da região.
