Mercado energético

Revisão da carga de março já contempla 'segunda onda' da pandemia, diz Thiago Barral

A revisão quadrimestral de carga apresentada na semana passada já incorpora os impactos da segunda onda da pandemia do covid-19, disse Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em entrevista ao “Canal Energia” transmitida virtualmente.

 “Nesse momento, não vemos necessidade de revisão extraordinária pois o trabalho feito nas últimas semanas já contempla esse recrudescimento da segunda onda”, disse Barral. 

A revisão quadrimestral, elaborada pela EPE com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), reduziu a expectativa de crescimento da carga de 3,4% para 3,2% em 2021. Os dados, publicados no dia 26 de março, refletem a expectativa de menor crescimento do PIB este ano, de 3%, ante a projeção anterior de uma expansão de 3,3%.

“Obviamente, durante esse período em que há lockdown, vamos continuar monitorando a carga. Se houver necessidade de revisão extraordinária, ela vai acontecer”, disse.

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Segundo Barral, quando os cenários foram consolidados, já se trabalhava com a possibilidade de segunda onda e com as incertezas sobre o ritmo de retomada da economia. 

O Plano Decenal da Expansão (PDE) 2030 contempla diversos cenários nesse sentido, considerando principalmente os efeitos conjunturais da pandemia, como a redução de carga no comércio e aumento no consumo residencial.

“E temos também os efeitos estruturais decorrente da pandemia. Há perda de renda da população e isso se reflete em atividade econômica mais lenta”, disse Barral. Segundo o executivo, essas consequências estruturais ainda serão capturadas ao longo dos anos e incluem, por exemplo, mudanças nos padrões de comportamento e mobilidade e o papel do comércio eletrônico.