A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) vai iniciar uma nova etapa da discussão sobre a possível adoção de preços de energia por oferta no Brasil, com a contratação de consultores independentes e debate com a sociedade, disse Camilla Fernandes, diretora de programa da Secretaria-Executiva do Ministério de Minas e Energia, durante evento sobre a modernização do setor de energia promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo Fernandes, um primeiro estudo sobre preços por oferta foi conduzido por empresas do setor no âmbito dos programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e a CCEE vai contratar consultores independentes para essa nova etapa, na qual serão avaliadas as vantagens e desvantagens dos modelos de preços.
“Muita coisa mudou no setor ao longo dos anos e as distorções [de preços] apareceram”, disse a especialista, completando que, enquanto se discute preços por oferta, os modelos computacionais também têm sido aprimorados para melhor refletirem a realidade do mercado.
Para Bernardo Sicsú, vice-presidente de Estratégia e Comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), esse debate sobre preço por oferta deve apontar se é possível superar alguns desafios no mercado brasileiro, como uma eventual concentração de poder em poucos agentes.
Além disso, como a formação de preço hoje se da por modelo e por submercado, cada um deles tem uma realidade, o que impõe mais desafios. “A Abraceel defende a melhoria dos modelos, melhorias que estão sendo promovidas”, disse.
