Mercado Livre

Cpamp aprova novos critérios de aversão ao risco que vão valer em 2023

Cpamp aprova novos critérios de aversão ao risco que vão valer em 2023

A Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (Cpamp) aprovou os novos aprimoramentos propostos nos modelos de preço do setor elétrico, que incluem critérios de aversão ao risco mais restritivos e a adoção da metodologia do PAR(p)-A, que vai aumentar o peso do período recente nos modelos de preço. 

As mudanças, que objetivam deixar os modelos de preços mais aderentes à realidade do sistema, passarão a valer em janeiro de 2023. Em 11 de abril, próxima segunda-feira, será realizado um worshop para apresentar as decisões tomadas pela Cpamp ao mercado, às 14h. 

Além do aprimoramento no processo de geração de cenários hidrológicos e do aumento da aversão ao risco, também foi proposto um novo critério de parada do modelo Newave, que passa a ser mais rigoroso e permite o aumento no número de interações.

O que muda

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

As alterações, aprovadas pela Cpamp em reunião realizada ontem, 7 de abril, foram discutidas em consulta pública entre 10 de fevereiro e 18 de março.

Uma delas, que tinha sido discutida em 2021, mas não chegou a ser implementada, envolve a adoção da metodologia PAR(p)-A na geração de cenários e construção de função de custo futuro dos modelos computacionais, no lugar do PAR(p).

O PAR(p) é uma metodologia estatística que considera a memória hidrológica histórica do sistema dentro do modelo Newave, que trata do planejamento no horizonte de até cinco anos. Ele olha as afluências do passado para projetar as do futuro. Com a mudança para o PAR(p)-A, será usado um histórico mais abrangente, considerando um peso para a média dos últimos doze meses, deixando a metodologia mais realista para a geração de cenários futuros.

“Quando se tem um passado com baixas afluências, o PAR(p)-A leva essa informação para os cenários de forma mais expressiva do que o modelo atual. Se o passado for melhor, ele também gera cenários mais otimistas que o atual. Então, o efeito vai depender do histórico da hidrologia recente”, explicou Tainá Mota, consultora de Preços e Estudos de Mercado da MegaWhat.

A introdução dessa metodologia foi discutida em 2021, mas acabou não sendo implementada pois os agentes acharam necessário ter mais tempo para estudar e analisar as mudanças. Na época, a Cpamp concluiu que a nova metodologia estava resultando em dados “inexatos” no cálculo dos preços, o que não daria segurança ao processo de planejamento e programação da operação.

Além disso, foram alterados os parâmetros do mecanismo de aversão ao risco dos preços, chamado de Valor Condicionado a um Dado Risco, ou CVaR. Os parâmetros atuais (50,35) foram alterados para (25,35), sendo mais restritivos e indicando níveis de geração termelétrica mais aderentes aos requisitos eventualmente definidos pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). 

Assim, deve haver um aumento do despacho de termelétricas dentro da ordem de mérito, mitigando a cobrança de encargos associados ao despacho termelétrico por segurança energética.

Apesar de mais restritivos, os novos parâmetros do CVaR ficaram um pouco menos avessos ao risco do que o proposto originalmente pela Cpamp, de (25,40).

A terceira mudança aprovada pela Cpamp é um novo critério mais rigoroso de parada do modelo Newave, que, segundo o Ministério de Minas e Energia, vai melhorar a qualidade da solução dos modelos computacionais usados. Essa alteração foi corroborada por estudos com base em critérios estatísticos. 

Saiba mais:

Mudanças em parâmetros de risco propostos pela Cpamp devem elevar PLD

Aprimoramentos da Cpamp em 2022 – Análise da MegaWhat 

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.