Mercado Livre

Expansão da geração eólica influencia na redução do PLD nos meses de junho e julho, aponta estudo da MegaWhat

Os preços da energia elétrica do mercado livre têm apresentado redução significativa no mês de junho, conforme projeção da MegaWhat que considera a média do período de 2014 a 2020. Isso acontece pela maior participação das usinas não simuladas na matriz elétrica brasileira, principalmente pela expansão da geração eólica no Nordeste que ocorre desde 2014.

Além disso, esse aumento da geração de usinas não simuladas acontece no início do período seco (de poucas chuvas), no qual também existe uma tendência de queda da carga no Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Os despachos dessas usinas são abatidos diretamente da carga, e se eu tenho uma carga que já é menor nesse período, a otimização acontecerá num valor menor”, explicou Juliana Chade, gerente de Preços e Estudos de Mercado da MegaWhat durante apresentação do Estudo Quadrimestral nesta quinta-feira (04/06).

Isso também indica, segundo a especialista, que com o abatimento dessa geração da carga é possível reduzir os despachos térmicos e hidráulicos, impactando em previsão de preços menores na metade do ano.

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Essa queda do preço, no entanto, é sucedida pela tendência de preços mais altos em maio, uma vez que o mês marca a transição entre os períodos úmido e seco, e apresenta grande volatilidade nos preços.

Para melhor compreensão das maiores médias entre 2014 e 2020, vale destacar mudanças estruturais que ocorreram no período, como a MP 579 e a redução do limite máximo do PLD que era de R$ 823,33/MWh.

Também foi apontado por Chade que 2020 tem sido um ano atípico, com registro de reservatórios acima de 90% da Média de Longo Termo (MLT) no Nordeste, situação que não era vista nos últimos dez anos e que tem impactado em preços mais baixos.

Afluências 

Com um período de úmido que começou tardiamente, as afluências no Nordeste e Sudeste foram positivas em 2020, com maiores volumes registrados entre os meses de janeiro e fevereiro. Enquanto para o Sul, os reservatórios chegaram aos piores níveis da história, abaixo de 15%.

No entanto, conforme explicação da gerente da MegaWhat, o regime da região Sul é incerto, muito volátil, e a tendência histórica aponta maior afluência para o submercado a partir de junho, em contrapartida dos demais submercados.

E as projeções da MegaWhat confirmam a tendência histórica. A previsão é de que ocorram precipitações acima da média para a região nos meses de junho e julho, e redução a partir de agosto. No entanto, Juliana Chade tem cautela para comemorar esse incremento.

“Isso não significa que vamos ter afluências acima da média. A gente está partindo de um mês de maio muito pessimista em termos de afluência. Teremos um aumento, mas nada tão significativo”, completou Chade.

Saiba mais e assista na íntegra: MegaWebinar – O preço da energia nos próximos meses

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