As principais geradoras hidrelétricas do país com energia contratada no mercado livre devem reaver mais de R$ 5 bilhões em extensão das suas concessões devido à aprovação do PL 3975/2019, que encerra a briga judicial em torno do GSF.
O cálculo foi feito pelo Credit Suisse, em relatório enviado a clientes, considerando uma estimativa dos valores que serão expurgados do risco hidrológico por não serem questões hídricas, como geração de termelétricas fora da ordem de mérito, atrasos em construção de usinas e restrições na transmissão.
O texto no Senado permite que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) calcule e expurgue do GSF apurado nos últimos esses elementos, que não foram, efetivamente, “risco hidrológico”.
Esses montantes serão convertidos em extensão das concessões das usinas, desde que as empresas desistam das ações judiciais que limitam os efeitos do GSF nas liquidações do mercado de curto prazo de energia.
Segundo a analista Carolina Carneiro, do Credit Suisse, as empresas mais beneficiadas serão aquelas que não foram protegidas por liminares do GSF e que, mesmo assim, terão direito à extensão de outorga. Ela cita como exemplos Engie, Copel e Cesp.
A analista calcula que a Engie terá R$ 925 milhões a receber por meio da extensão das concessões, o que terá efeito adicional de R$ 0,75 por ação. A Cesp, por sua vez, terá direito a R$ 315 milhões, o que representa R$ 0,63 por ação. A estatal paranaense Copel terá R$ 2,07 por ação, resultado de R$ 857 milhões em extensão de concessões.
A AES Tietê, por sua vez, terá um ganho de R$ 821 milhões, mas precisará desembolsar R$ 1 bilhão aproximadamente quando abrir mão da proteção judicial, o que vai ter efeito líquido negativo de R$ 0,36 por ação.
Os cálculos do Credit Suisse estimam ainda que a Alupar vai receber R$ 53 milhões em extensão das concessões; a EDP terá direito a R$ 216 milhões, e a Eletrobras deve reconhecer um ganho de R$ 1,9 bilhão.