Solução deve ser encaminhada “com brevidade”, afirma Bento Albuquerque
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que espera uma solução para o risco hidrológico, conhecido pela sigla GSF, num espaço de 30 dias e que pretende encaminhar com brevidade alguma saída para o tema.
Em participação de sua primeira reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na última quinta-feira, 10 de janeiro, Albuquerque disse entender que essa solução a ser apresentada “transcende uma vontade ou um consenso do ministério”, mas avalia que a proposta pode servir de base “para discussão com os atores que fazem parte desse processo, particularmente o Legislativo”.
O GSF é considerado um dos temas prioritários do setor elétrico e a saída depende de aprovação pelo Congresso Nacional. Embutida no Projeto de Lei 10.985/2018, a solução já teve aprovação no Senado e aguarda votação na Câmara dos Deputados.
O impasse sobre o GSF envolve hidrelétricas com contratos no mercado livre. Na liquidação financeira de novembro, os valores em aberto totalizam R$ 6,97 bilhões.
Chuvas
Na reunião do CMSE, houve a informação de que as chuvas abundantes que ocorreram em outubro e novembro provavelmente não devem se repetir nos primeiros meses de 2019, mas que isso não implica em risco de déficit de energia. De acordo com dados apresentados pelo ONS na reunião, em dezembro as afluências ficaram abaixo da média histórica em quase todos os submercados – o quadro não se verificou no Sul.
“Para as próximas semanas de janeiro, a probabilidade é de pouca chuva, mas com garantia do abastecimento de energia e sem a necessidade de acionamento de usinas térmicas mais caras”, informa o CMSE, em comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
A expectativa é que no submercado Sudeste/Centro-Oeste o nível de armazenamento no final de janeiro seja de 34,1%, contra 27,6%. Já para o Nordeste, as projeções indicam 49,3%, contra 39,8%, respectivamente.
O submercado Sul deve encerrar o mês com 57,2%, enquanto o Norte deve apresentar percentual de 26,0%, valores próximos dos registrados no fim de dezembro.
Dados do sistema
Ainda de acordo com o CMSE, a capacidade instalada de geração do país cresceu 7.220,1 MW no ano passado, o que corresponde, agora, a um total de 162.840 MW de potência total. O destaque foi da geração distribuída, que encerrou o ano rompendo a marca de 600 MW de potência instalada (são exatos 601 MW).
A transmissão chegou a 145.298 quiômetros de extensão, com a adição, em 2018, de 3.558 quilômetros de novas linhas.