Uma mudança da atual precificação da energia elétrica, determinada por modelos matemáticos, para preços por oferta, definidos pela dinâmica da demanda do mercado, precisa ser discutida com profundidade, de acordo com especialistas que participaram do evento Brazil Energy Frontiers 2021, organizado pelo instituto Acende Brasil.
“Mudar a chave de preço por modelo para preço por oferta de forma repentina seria estragar uma excelente oportunidade de aprimoramento”, disse Rui Altieri, presidente do conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que participou do evento. Segundo ele, é necessário estudar o assunto “com calma e sem paixão”, até pelos desafios envolvidos com a mudança, como a diversidade de agentes numa mesma cascata.
Para João Carlos Mello, presidente da Thymos Consultoria, o Brasil ainda não está preparado para essa mudança, que afetaria diversas questões no funcionamento do setor elétrico, principalmente o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). “E temos que mudar o mindset do operador, que sempre centralizou toda a operação do sistema.
“Eu diria que cinco anos é um tempo legal para fazer um plano de negócios com decisões bem debatidas por todos para essa mudança”, disse Mello.