Mercado Livre

Plural Celer diversifica e aposta em negócios com clientes finais

Em meio à sua própria reestruturação de imagem, o banco Plural está redefinindo a identidade da comercializadora Celer, agora Plural Celer, adquirida em agosto de 2017. Antes voltada para o trading direcional de energia, a empresa agora aposta em oferecer também soluções completas aos clientes da ponta final.

“Ao longo do tempo, fizemos modificações para operar maior, conhecemos mais o mercado e integramos as carteiras”, disse Leonardo Morais, diretor de estratégia e originação da Plural Celer. As sinergias das atividades foram absorvidas, como melhorias em análise de risco de crédito, e as operações da comercializadora ficaram mais estáveis.

No começo, o Plural enxergou na aquisição da Celer uma forma de entrar no mercado de energia e gerar valor com a operação de trading, que é financeira, explicou Bernardo Nolasco, diretor financeiro do banco Plural.

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A evolução do mercado de energia atraiu a entrada de novos players, muitos deles também financeiros, e o Plural passou a considerar também aproveitar sua carteira de clientes no negócio. “Já temos uma base de clientes corporativos, como grandes produtores de energia. E, na outra ponta, com a operação da Genial [corretora do grupo], temos o varejo, que também está entrando nisso, com painéis solares ou produtos financeiros, como opções no mercado livre”, disse Nolasco. 

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A aposta da comercializadora é aproveitar essa carteira de clientes que já atua no mercado financeiro e combiná-la à inteligência da casa no mercado de energia para se destacar.

A ideia é aproveitar a abertura do mercado livre de energia para oferecer mais produtos a mais clientes. “Imaginamos dar acesso ao mercado de energia aos clientes. Chegar no consumidor e trazer para a realidade até das pessoas físicas. Hoje ainda estamos nas jurídicas, mas o objetivo é esse”, afirmou Nolasco.

Dentro da gama de produtos oferecidos aos clientes, o Plural já é procurado por geradores em busca de financiamentos competitivos para projetos, contou Morais. “Fazemos pacotes completos”, afirmou. 

A comercializadora pode se juntar a clientes “AAA” do banco, por exemplo, para viabilizar o financiamento de um projeto de geração por meio de um contrato de longo prazo no mercado livre. No caso de debêntures de infraestrutura, a Genial atua na distribuição dos títulos. “É a grande virtude que eu vejo no negócio de comercialização e gestão do cliente numa holding bancária como o Plural”, disse Morais.

Bancos e energia

Recentemente, o mercado livre de energia passou a chamar a atenção de diversas instituições financeiras. Além do BTG Pactual, que foi o pioneiro nisso, e do Plural, o Santander passou a atuar no setor, e o Indusval também vai pelo mesmo caminho. Safra e ABC Brasil estão estruturando mesas de comercialização, e o maior anúncio recente veio do Itaú BBA, gigante brasileiro que vai entrar no segmento.

A aposta de instituições financeiras no mercado livre de energia pode ainda ter um benefício ao setor, segundo os executivos do Plural: a melhora da segurança no mercado. 

“Temos uma volatilidade de preços grande e cada vez se faz mais necessária uma análise de crédito criteriosa”, disse Sergio Romani, sócio e responsável pela mesa de operação da Celer. Segundo ele, a comercializadora tem feito alterações nas suas políticas de análise de crédito justamente por isso. “Fora isso, com o desenvolvimento de novos produtos, como derivativos, conseguiremos fugir do lastro e o risco também vai diminuir”, disse.

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