Com a baixa perspectiva de chuva, incertezas e a volatilidade em alta, o volume financeiro de contratos de energia elétrica no mercado livre transacionados no primeiro semestre de 2025 cresceu 15,4% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo R$ 49 bilhões, maior montante já obtido em um semestre no país.
Os dados são da BBCE e apontam que, até então, o maior volume transacionado em um semestre tinha ocorrido de julho a dezembro de 2024, marcado como um período emblemático para o setor em virtude da alta volatilidade.
De acordo com Eduardo Rossetti, diretor-executivo Comercial, de Produtos, Comunicação Externa e Marketing da BBCE, com a sensibilidade do modelo e preocupações com curtailment e risco de crédito, os preços estão mais voláteis e os desafios da negociação mais complexos no curto prazo.
No total, foram negociadas nesse primeiro semestre 221 TWh, uma redução de 34,8% em comparação com o mesmo período de 2024 e de 6,7% em relação ao último semestre do ano passado. Nesse período, foram fechadas 41 mil operações, uma retração de 18,6% e 18,1% no comparativo, respectivamente, com os dois semestres anteriores
De acordo com Rossetti, “os valores transacionados com ativos físicos de energia na BBCE chegaram a patamares históricos e vimos uma redução na quantidade de negócios fechados”, completa. “Os agentes têm realizado menos operações, mas com maior volume financeiro devido ao preço dos ativos”, explica.
Recorde em energia incentivada e volume financeiro
Dentre os destaques do período entre janeiro e junho de 2025 está o volume transacionado de energia incentivada, que acumulou 25,5 mil GWh, alta de 40,7% em relação ao último semestre e de 11% com o mesmo período do ano anterior. Esse montante foi dividido em mais de 3 mil contratos e movimentou R$ 5,8 bilhões. “Esse movimento reflete o crescimento da matriz brasileira, em grande parte oriunda de fontes eólicas e solares”, diz Rossetti.
Junho, em linha com os demais meses deste ano, encerrou com preços em diferentes direções e volume financeiro recorde para o período. A BBCE destaca a energia convencional com entrega para julho, que oscilou 29,54% e o vencimento de agosto, que chegou a bater R$ 337,83 o MWh.
Foram negociadas em junho 30 mil GWh, uma alta de 1,6% em relação a maio deste ano e retração de 38,1% na comparação com junho de 2024. Esse montante foi distribuído em 8295 contratos, queda de 29,7% em relação a junho do ano passado e alta de 56,6% no comparativo com maio. Ao todo, esses contratos somaram R$ 7,54 bilhões, crescimento de 5% na comparação com junho de 2024