Mercado energético

Por covid-19 e baixa do petróleo, Petrobras tem prejuízo de R$ 2,7 bi no 2º trimestre

A Petrobras obteve prejuízo líquido atribuível aos acionistas de R$ 2,713 bilhões no segundo trimestre do ano, ante o lucro de R$ 18,8 bilhões registrado um ano antes. O resultado refletiu a combinação da forte queda dos preços de petróleo com a retração no consumo de energia causada pela pandemia do covid-19.

No trimestre, o preço do Brent foi de, em média, US$ 29,20, 41,9% menor que o preço do primeiro trimestre deste ano e 57,6% inferior ao preço médio do segundo trimestre de 2019. O volume de vendas caiu 8%, e praticamente todos os produtos vendidos pela Petrobras foram afetados. 

Com isso, a receita de vendas caiu 29,9% no período, para R$ 50,9 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 23,5%, para R$ 24,98 bilhões.

A dívida líquida da Petrobras ao fim do trimestre era de US$ 71,2 bilhões, contra US$ 73,1 bilhões no fim de março deste ano. A relação entre dívida líquida e Ebitda chegou a 2,34 vezes, ante 2,15 vezes em março, por causa da queda do denominador.

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O resultado financeiro veio negativo em R$ 12,3 bilhões, ante o resultado negativo de R$ 8,5 bilhões do mesmo período do ano passado, refletindo receitas financeiras de R$ 579 milhões, despesas financeiras de R$ 6,1 bilhões, e despesas de R$ 6,7 bilhões com variação cambial líquida. 

Apesar da alta em relação ao segundo trimestre do ano passado, o prejuízo financeiro líquido veio inferior ao dos primeiros três meses deste ano, de R$ 21,1 bilhões, por conta do ganho proveniente da exclusão do ICMS da base de PIS e Cofins.

A decisão judicial favorável à Petrobras que permitiu excluir o ICMS da base de PIS e Cofins teve efeito de R$ 10,9 bilhões no resultado líquido da companhia, minimizando o prejuízo. Se não fosse por isso, a perda líquida do trimestre teria sido substancialmente maior que os R$ 2,7 bilhões, devido ao impacto do covid-19 nas operações.

Ao fim do trimestre, a Petrobras tinha R$ 106,6 bilhões em caixa e equivalentes, acima dos R$ 80,4 bilhões de março deste ano. A geração de caixa operacional foi de R$ 29,3 bilhões no trimestre, contra R$ 34,9 bilhões entre janeiro e março. 

Semestre

No semestre, a Petrobras acumula prejuízo líquido atribuível aos acionistas de R$ 51,2 bilhões, ante o lucro de R$ 22,8 milhões registrado entre janeiro e junho de 2019. O resultado da companhia no primeiro trimestre do ano foi fortemente afetado por baixas por impairment, devido ao ajuste dos seus ativos de acordo com o novo patamar do preço do petróleo.

A receita da companhia no semestre somou R$ 126,3 bilhões, queda de 11,9%. O Ebitda ajustado subiu 3,9%, para R$ 62,5 milhões.

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