Nos próximos dias, o fenômeno Onda de Calor deve afetar o submercado Sudeste e a faixa central da América do Sul, persistindo até a primeira quinzena de outubro, segundo os analistas da equipe de Preços da MegaWhat. Por conta da forte relação entre temperatura e consumo de energia nesses períodos, a ocorrência do fenômeno costuma impactar em desvios positivos da carga.
Assim, a expectativa para o subsistema Sudeste na primeira semana operativa de outubro é de um aumento de 1% em relação à semana anterior. Esses valores devem se manter para a segunda semana do próximo mês, apesar de leve retração de 0,4%.
*A variação analisada refere-se à semana operativa anterior.
Para a terceira semana operativa de outubro, a redução da carga deve-se ao feriado do dia 12. Dessa forma, segundo a equipe da MegaWhat, é possível inferir que a projeção realizada possua um maior impacto na carga devido ao feriado.
Além disso, a passagem de uma frente fria sobre as principais capitais do Sudeste, como será apresentado a seguir, pode impactar nesse desvio negativo. Com a dispersão desse sistema, as temperaturas elevadas devem voltar ao submercado, podendo impactar em nova variação positiva da carga na quarta e quinta semana operativa do mês.
O caminho da nova Onda de Calor
Incialmente a nova Onda de Calor vai afetar a área central do Sistema Interligado Nacional (SIN) e as temperaturas podem ultrapassar os 40°C especialmente no setor oeste do submercado Sudeste e no interior do estado de São Paulo.
Este fenômeno é caracterizado pela persistência de dias seguidos com as temperaturas elevadas, baixa umidade e condição de tempo estável (pouca nebulosidade), associados ao padrão de bloqueio atmosférico, provocado por sistemas de alta pressão em diferentes camadas da atmosfera.
Apesar de boa parte do subsistema Sudeste ficar sobre influência do calor intenso, nas principais grandes capitais (São Paulo e Rio de Janeiro), a passagem de duas frentes frias sobre o oceano pode provocar variações nas temperaturas no final de setembro e início de outubro.
O efeito desses sistemas deve influenciar nos valores de temperatura previstos para o submercado Sudeste como um todo, dada a representatividade das capitais na composição do cálculo.
A partir de 4 de outubro, a massa de ar seco e quente passa a afetar as áreas mais litorâneas do Sudeste, provocando elevação acentuada das temperaturas. Como destaque, as temperaturas no município de São Paulo devem ultrapassar 37,5°C a partir do dia 9, enquanto no Rio de Janeiro, a expectativa é de temperaturas acima de 38°C.
Outros efeitos da Onda de Calor
Outra consequência da Onda de Calor é a vulnerabilidade que o extremo calor leva aos mais idosos e aqueles com condições cardíacas, respiratórias e distúrbios metabólicos, como a diabetes. Portanto, é necessário cuidado redobrado.
Além disso, com o período da Onda de Calor, as condições são mais favoráveis para a ocorrência de queimadas. Como exemplo, apresentamos a imagem de satélite do dia 13 de setembro, na qual verifica-se os efeitos de uma grande massa de ar seco sobre a área central do país, deixando o céu sem cobertura de nuvens sobre os estados do submercado Sudeste/Centro-Oeste.
* os pontos de cor laranja indicam os focos de queimadas detectados pelo satélite Terra (NOAA/Nasa)
Nesta ocasião, os ventos quentes de norte e noroeste, ajudaram na elevação da temperatura, principalmente, durante o período da tarde, contribuindo para agravar a situação.
Na imagem, ficam evidentes o grande número de focos de queimadas sobre o interior do país e a fumaça sobre parte do território nacional, representada pelas cores cinzas.
Vale ressaltar que setembro foi marcado pelas temperaturas muito elevadas nesta região e pelos recordes de queimadas registrados para o mês, que sazonalmente, costuma ser o período do ano com maior incidência de queimadas.
Confira também:
Em um contexto atual, foi observado aumento da carga durante períodos de calor mais intenso. Para saber mais, confira o Estudo Quadrimestral publicado pela MegaWhat.